Divulgação/ Anglo AmericanMineradora se defendeu e disse que sirene foi acionada de forma "acidental"

 A mineradora Anglo American pode ter que responder, na Justiça, por ter acionado, indevidamente, sirenes de uma barragem em Conceição do Mato Dentro, a 100 km de Belo Horizonte, que gerou caos entre moradores da cidade. Uma ação civil pública do Ministério Público pede R$ 2 milhões à mineradora por danos morais coletivos.

O episódio aconteceu em 3 de janeiro deste ano, quando cerca de 400 moradores das comunidades de São José do Jassém, Passa Sete e Água Quente, localizadas dentro da ZAS (Zona de Autossalvamento) da barragem, viveram momentos de pânico.

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, as comunidades localizadas próximas à barragem (que é quatro vezes maior que a de Brumadinho) foi pega de surpresa com o acionamento da sirene da barragem do Complexo Minas-Rio.

O som soou por volta das 16h30 e, de acordo com o MP, as pessoas viveram "durante várias horas, verdadeira situação de rompimento, rememorando os desastres ocorridos em Mariana e em Brumadinho e sofrendo com intensa dor e sofrimento psíquico pelo temor de perda de vidas humanas e de bens pessoais”.

Segundo os promotores, a situação também foi agravada pelo fato de que, na área, vivem pessoas que não conseguem se salvar por conta própria em uma situação de necessidade.

“São crianças, idosos e deficientes físicos que, no dia 3 de janeiro, precisaram ser carregados às pressas até um ponto mais alto”, diz trecho da ação.

Críticas

Além de toda a situação gerada com o acionamento da sirene, os moradores disseram que o local definido pela empresa como ponto de encontro em caso de rompimento era inadequado. Segundo os relatos ouvidos pelo MP, o local era de difícil acesso.

Outro efeito causado pelo episódio, ainda de acordo com o MP, é a desconfiança generalizada em relação à estabilidade da barragem, os equipamentos de segurança e protocolos para evacuação.

Em resposta, a Anglo American disse que o "acionamento da sirene foi acidental e não voluntário e que deu toda a assistência às comunidades no episódio".

Fonte: R7

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