01/02/2024 16:30:03
Justiça
Operação cumpre mais de 300 mandados em Alagoas e outros 16 estados
Investigação da Polícia Civil de Alagoas descobriu esquema criminoso de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
SSP/ALMaterial apreendido em operação contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro Alagoas
Redação com G1/AL

Uma operação da Polícia Civil de Alagoas e Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) foi deflagrada nesta quinta-feira (1º) para cumprir 307 mandados de prisão, busca e apreensão em Alagoas e mais 16 estados de forma simultânea. As investigações apontam um esquema criminoso de tráfico de drogas em larga escala e lavagem de capitais.

 

De acordo com o balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) na tarde desta quinta-feira (1º), 50 pessoas envolvidas com duas organizações criminosas foram presas durante a operação. Além disso, foram apreendidos:

carros de luxo
relógios e joias
smartphones, notebooks, tablets e outros aparelhos eletrônicos
um cofre
milhares em cédulas de reais e pesos colombianos
uma embarcação e uma moto aquática
armamentos como fuzis, carabinas e pistolas
mais de 110 quilos de drogas
uma aeronave

Segundo o diretor de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil, delegado Igor Diego, a aeronave pertence a uma empresa de táxi aéreo do Amazonas.

“Essa aeronave, em outra ocasião, já foi também flagrada como transporte de cargas e drogas. O proprietário dela, de forma suspeita, teve em um pouco espaço de tempo um crescimento financeiro muito grande, o que leva diante das investigações a acreditar que todos os valores investidos na empresa para compra de aeronaves eram advindos do crime”, afirmou.

 

A operação foi denominada Hades. O trabalho investigativo começou em março de 2021 pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), da Polícia Civil de Alagoas para apurar a movimentação criminosa de quatro pessoas, sendo dois casais, em atividades ilícitas.

Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital de Alagoas, após parecer favorável do Gaeco, do Ministério Público de Alagoas, com base nas provas técnicas apresentadas pela Dracco.

Ao todo são 79 mandados de prisão e 228 de busca e apreensão nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.

Dois casais foram identificados e lideravam duas organizações de forma independente: uma em Alagoas e outra no Pará, porém com pontos em comum, como membros que pertenciam às mesmas facções criminosas de âmbito nacional e um esquema muito sofisticado de lavagem dinheiro.

Mandados cumpridos por estado

Alagoas - 27 mandados, sendo sete de prisão e 20 de busca e apreensão;
Amazonas - 29 mandados, sendo três de prisão e 26 de busca e apreensão;
Bahia - dois mandados de busca e apreensão;
Ceará - 11 mandados, sendo três de prisão e oito de busca e apreensão;
Goiás - 10 mandados de busca e apreensão;
Mato Grosso - 13 mandados, sendo três de prisão e 10 de busca e apreensão;
Mato Grosso do Sul - 61 mandados, sendo 19 de prisão e 42 de busca e apreensão;
Minas Gerais - cinco mandados, sendo um de prisão e quatro de busca e apreensão;
Pará - 40 mandados, sendo 14 de prisão e 26 de busca e apreensão;
Paraná - um mandado de prisão;
Pernambuco - três mandados, sendo dois de prisão e um de busca e apreensão;
Piauí - dois mandados, sendo um de prisão e um de busca e apreensão;
Rio de Janeiro - 11 mandados, sendo quatro de prisão e sete de busca e apreensão;
Rio Grande do Norte - um mandado de busca e apreensão;
Roraima – 04 mandados, sendo um de prisão e dois de busca e apreensão;
Santa Catarina - quatro mandados, sendo um de prisão e três de busca e apreensão;
São Paulo - 84 mandados, sendo 19 de prisão e 65 de busca e apreensão.

Organizações em Alagoas e no Pará

Em Alagoas, a organização atuava principalmente em Maceió, no bairro da Levada e adjacências. O casal também realizava a distribuição de drogas para outros municípios do estado onde há predominância da facção criminosa que o indivíduo integra.

 

Também ficou constatado ao longo da investigação que os fornecedores que abasteciam o mercado alagoano eram do estado de São Paulo. Eles recebiam as drogas do Mato Grosso do Sul, estado que faz fronteira com Paraguai e Bolívia, que são grandes produtores de drogas.

Já a segunda organização criminosa alvo da operação, era liderada por um homem natural do Pará, mas que morou muito tempo em Alagoas e estabeleceu o comando do tráfico de drogas em bairros da área nobre de Maceió, como Ponta Verde, Jatiúca, Pajuçara, Mangabeiras e Jacarecica. Ele também estava à frente de atividades ilícitas no Pará.

A droga que era vendida por este grupo criminoso tinha como origem fornecedores do estado do Amazonas, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, primeiro e segundo maiores produtores de cocaína do mundo, respectivamente.

 

 

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