Neymar da Silva Santos, pai de Neymar, resolveu se pronunciar após o seu nome ser envolvido mais uma vez com o caso Daniel Alves. Na última quarta (20), Daniel Alves conseguiu o direito de aguardar em liberdade o resultado da sua sentença por estupro.
A Justiça de Barcelona anunciou que aceitou o pedido feito pela defesa do ex-jogador condenado por estupro sob fiança de 1 milhão de euros (aproximadamente R$ 5,4 milhões). E muito foi dito, inclusive por jornais da Espanha, que seriam Neymar e sua família quem entrariam mais uma vez com dinheiro para auxiliar.
No início do processo, Neymar e seu pai ajudaram o ex-jogador ao pagar 150 mil euros, que foram exigidos pela Justiça como indenização à vítima do caso de agressão sexual. Esse pagamento, inclusive, serviu como atenuante para diminuir a sentença para quatro anos e meio.
Mas agora, após a Justiça definir que Alves era culpado pelo crime, a família de Neymar se pronunciou através do patriarca, que também é empresário do atacante do Al-Hilal, dizendo que não ajudará mais com dinheiro algum.
Leia na íntegra:
Como é do conhecimento de todos, em um primeiro momento, ajudei Dani Alves, sem nenhum vínculo com qualquer processo.
Neste segundo momento, em uma situação diferente da anterior, em que a justiça espanhola já decidiu pela condenação, estão especulando e tentando associar o meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais.
Espero que o Daniel encontre junto à sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós, para minha família, o assunto terminou.
Agora ponto final!
Nesta quinta (21), o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha informou ao g1 que não recebeu a fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões) para liberar Daniel Alves até o horário limite — 14h — para a transferência ainda hoje. Por isso, o ex-atleta continuará preso até sexta (22) pelo menos, mesmo com a liberdade provisória decretada.
Ainda, caso a fiança continue sem pagamento até às 14h de sexta (22), o ex-jogador condenado por estupro passará o fim de semana na cadeia, já que o sistema jurídico só funciona em dias úteis, de segunda a sexta.
Relembre o caso
Desde sua primeira versão, a vítima afirma que foi trancada no banheiro de uma área vip da boate Sutton, onde diz ter sido agredida e estuprada por Alves. Ao longo da investigação, a polícia espanhola conseguiu imagens do circuito interno do local e constatou que ambos ficaram dentro do banheiro por 15 minutos. No caso, foi utilizado o protocolo "No Callem", que está em vigor em Barcelona desde 2018 e presta apoio multidisciplinar às vítimas de violência em espaços como bares, restaurantes, eventos ou boates.
Um laudo do Hospital Clínico de Barcelona, divulgado em fevereiro de 2023 pelo portal espanhol Informalia, constatou que houve penetração vaginal e que encontrou "hematomas, arranhões e mordidas no corpo da jovem, somados ao estado de nervosismo e ansiedade que ela apresentava".
Daniel Alves negou que tenha cometido o crime. Ele foi preso preventivamente no dia 20 de janeiro de 2023, quando se apresentou à polícia para prestar depoimento. Na época, ele era jogador do Pumas, clube de futebol do México. No dia da prisão preventiva, o time anunciou a rescisão do contrato de Alves.
Apesar de ter solicitado liberdade em quatro ocasiões, os pedidos de Daniel Alves foram todos negados pela Justiça Espanhola pelo alto risco de fuga para o Brasil. Atualmente, o lateral está detido no Centro Penitenciário Brians 2.
Mudança de versões de Alves
Enquanto a versão da vítima permaneceu a mesma, até a repetição de seu depoimento no primeiro dia de julgamento, Alves mudou de versão cinco vezes ao longo dos meses.
Na primeira, disse que não teve qualquer contato com a mulher e que não a conhecia. No segundo, afirmou que encontrou a mulher no banheiro, mas que os dois não tiveram nenhuma interação. Depois, em fevereiro de 2023, o jogador voltou atrás e afirmou que a mulher fez sexo oral consensual nele no banheiro, mas que não reportou o ocorrido para preservar a mulher, a modelo Joana Sanz.
Na quarta versão, dada em abril daquele ano, afirmou que houve penetração vaginal, mas de maneira consensual. A quinta foi dada no último dia de seu julgamento, no último dia 7, em que afirmou que estava bêbado.
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