Começou nesta sexta-feira (3) o julgamento do policial militar aposentado Gedival Souza Silva, que matou um motorista da Secretaria de Saúde de Maceió durante uma briga de trânsito. O caso aconteceu em 2021 no centro de Maceió. Fábio Jhonata da Silva tinha 26 anos e foi baleado pelas costas.
O júri é conduzido pelo juiz José Braga Neto. O julgamento deveria ter ocorrido no dia 22 de março, mas foi adiado após o pedido da defesa do réu.
O Ministério Público sustenta a tese de homicídio duplamente qualificado. "O MP pede a condenação do réu pelo crime de homicídio por motivo torpe e que não deu chance de defesa para a vítima. Fábio foi atingido pelas costas, impossibilitando a sua defesa", disse o promotor Napoleão.
O advogado de defesa, Carlos Alexandre, disse que acredita na inocência do réu. Ele se baseia na tese de que o militar Gedival Souza não teve intenção de matar e que "ele atirou no calor da emoção diante das circunstâncias que o levaram a se defender".
Policial atirou após uma briga no trânsito
O crime aconteceu no dia 14 de outubro de 2021. Em um vídeo gravado por uma testemunha, Fábio aparece ferido no chão pedindo socorro. Segundo testemunhas, ele foi atingido por tiros nas costas após discutir no trânsito.
O motorista foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), passou por algumas cirurgias, foi internado na UTI, mas não resistiu.
O velório de Fábio chegou a ser interrompido pela Polícia Civil porque o corpo foi liberado do HGE sem ser necropsiado e precisa ser feito o exame cadavérico.
O policial militar Gedival de Souza Silva foi preso em flagrante e depois teve a prisão convertida para preventiva em uma audiência de custódia.
Família espera a condenação do réu
Parentes de Fábio compareceram ao Fórum de Maceió para acompanhar o julgamento. Eles vestiam camisetas e levaram cartazes pedindo por justiça. Rosângela Joventino, mãe de Fábio, disse que a família espera que o PM seja condenado.
"Eu espero a condenação máxima. Não apenas 17 anos, mas a máxima. Ele agiu de forma covarde, ele não deu defesa para o meu filho. Quero que a justiça seja feita e que ele seja condenado. Ele destruiu os sonhos do meu filho, a minha vida, a da minha família. É uma dor que parece não ter fim", disse Rosângela.
Ela relembra momentos que viveu com o filho e disse que ele nunca teve inimigos.
"O Fábio era um menino maravilhoso para mim. Ele era muito família. Era um jovem de poucas amizades. Ele gostava muito de estar perto de mim, dos tios, da avó", disse.
E-mail: [email protected]
Telefone: (82) 9-9672-7222