O sonho do casamento não precisou ser adiado para muitos casais mesmo no período de quarentena. Somente em um dos cartórios da capital foram realizados 141 casamentos virtuais. Nesta segunda-feira (20), a repórter Mara Almeida bateu um papo, em mais uma live no Instagram, com o juiz Wlademir Paes, a oficial de registro civil Rosinete Remígio e o casal Luiz Cristiano e Lays Pollyane sobre as experiências com casamento virtual durante a pandemia do novo coronavírus.
Para o magistrado, essa modalidade de casamento permanecerá acontecendo mesmo após o fim da pandemia, já que tem trazido mais praticidade e comodidade para quem tem dificuldade de mobilidade, evita esperas no fórum e deixa os noivos mais à vontade, por exemplo.
"[Antes da pandemia] Já realizei muitos casamentos em casa e em hospitais quando havia dificuldade de deslocamento. O casamento virtual não vai excluir o presencial, vai funcionar como uma ferramenta a mais", comentou o juiz Wlademir Paes, que tem agendado 11 casamentos para realizar na próxima sexta-feira (24).
O magistrado também explicou que os procedimentos para a realização da cerimônia continuam os mesmos, que a diferença fica apenas na celebração virtual e que os noivos precisarão passar depois nos cartórios para assinar a documentação e receber a certidão de casamento.
??O momento mais importante do casamento é a manifestação da vontade. O juiz tem que estar certo de que aquela parte está casando de livre e espontânea vontade. Isso é uma formalidade da lei, o casamento se realiza no momento da manifestação da vontade??, disse.
Para o casal Lays Pollyane e Luiz Cristiano, o que seria uma grande frustração com o adiamento do casamento, tornou o momento surpreendente e até histórico, já que poderão contar para seus filhos e netos que foram uns dos primeiros casais a oficializarem a união por videoconferência em Alagoas.
"A gente acredita que virou uma história mundial e que nossos filhos mesmos vão nos perguntar sobre a pandemia quando estiverem estudando e a gente vai falar para eles que fomos uns dos primeiros casais a se casarem na pandemia. Não precisa adiar esse sonho, esse pode ser um momento também. É super tranquilo e é bom da mesma forma", avaliou Lays. O casal fará a festa com a família e amigos assim que for seguro fazer aglomerações.
A oficial de registro civil Rosinete Remígio também acredita que a utilização da tecnologia para realizar os casamentos permanecerá acontecendo no futuro pelas facilidades que traz para todos e, atualmente, a oficial de registro civil classifica a medida como de extrema importância para proteger as pessoas da contaminação do novo coronavírus.
"Estou fazendo todos os casamentos virtuais. Aqui é cartório de registro civil, também fazemos registros de óbitos e chegam muitos casos de morte por coronavírus. Nós não sabemos se a pessoa que vem trazer o atestado de óbito teve contato com o vírus ou se o próprio papel da declaração de óbito está contaminado, então a gente prefere fazer o casamento 100% virtual para não expor essas pessoas que vão casar", explicou.
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