07/02/2023 13:30:54
Justiça
Três PMs são indiciados pela morte do empresário Marcelo Leite em Arapiraca
Polícia Civil concluiu que arma foi 'plantada' no carro para simular legítima defesa
ReproduçãoEmpresário Marcelo Leite foi morto após ser atingido por tiro de fuzil em abordagem policial
Redação com G1/AL

A Polícia Civil indiciou três policiais militares pela morte do empresário Marcelo Leite, em Arapiraca. A comissão de delegados que investiga o caso anunciou a conclusão do inquérito nesta terça-feira (7). O empresário foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem policial no mês de novembro e faleceu semanas depois, em um hospital de São Paulo.

A investigação apontou que uma arma de fogo foi "plantada" no carro pelos policiais para simular legítima defesa. A versão dos PMs era de que o empresário estava armado e apontou a arma na direção da viatura, por isso os policiais atiraram.

Os três militares indiciados não tiveram os nomes divulgados oficialmente, mas os delegados informaram que vão pedir a prisão de dois deles e o afastamento do terceiro militar para que responda pelo crime em liberdade.

"Esta arma de fogo nunca existiu dentro do veículo do condutor Marcelo Leite. Essa arma teria sido colocada no veículo logo após os policiais perceberem que o condutor havia sido atingido por um dos disparos e essa arma de fogo teria sido necessária para simular uma legítima defesa", explicou o delegado Igor Diego, integrante da comissão que investigou o caso.

Essa tese foi reforçada por testemunhas que estavam no local e prestaram depoimento, além da família da vítima, que alegou que o empresário não possuía arma de fogo.

Como cada PM foi indiciado

Comandante da viatura: indiciado por homicídio doloso, quando assume o risco de matar, além de fraude processual, por causa da arma de fogo implantada no carro, e denunciação caluniosa.

Segundo policial militar: indicado por fraude processual e denunciação caluniosa em razão de ter apresentado na Central de Polícia no dia do fato a ocorrência e a arma.

Terceiro policial militar: indiciado apenas por fraude processual.

A Polícia Civil vai enviar ao Ministério Público do Estado (MP-AL) e ao Poder Judiciário uma representação com medidas cautelares, dentre elas o pedido de prisão preventiva dos dois primeiros PMs e o afastamento das funções do terceiro militar. Atualmente os três se encontram em liberdade.

Os policiais indiciados fazem parte de uma das viaturas envolvidas no caso. Os militares da outra equipe que também participou da abordagem ao empresário não serão indiciados.

"Um dos policiais da guarnição Pelopes II chegou a efetuar disparo de arma de fogo em direção ao veículo, porém, em direção ao pneu, o que caracteriza um estrito cumprimento do dever legal, de acordo com os procedimentos que devem ser adotados no momento da abordagem", disse Igor Diego.

Em janeiro, a Polícia Civil realizou uma reprodução simulada da abordagem. Sete peritos trabalharam na busca por indícios da causa da morte do empresário e concluíram o laudo nesta semana.

O crime foi investigado pela comissão da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC) formada pelos delegados Igor Diego, Coordenador da DEIC, Filipe Caldas e Sidney Tenório. Participaram da coletiva também o delegado-geral da Polícia Civil, Gustavo Xavier, e o Chefe Especial do IC, Welington Melo.

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