O professor universitário que passou 100 dias vivendo debaixo d'água em um alojamento para mergulhadores retornou à superfície nesta sexta-feira (9), na Flórida, nos Estados Unidos. As informações são da agência de notícias Associated Press.
Joseph Dituri bateu o recorde de maior tempo vivendo debaixo d'água sem despressurização, ou seja, sem o processo de diminuir a pressão do ar dentro do espaço, durante 100 dias. Ele ficou submerso no Jules' Undersea Lodge, um hotel subaquático, em Key Largo, a 9,14 metros de profundidade.
O professor, que é mergulhador e pesquisador da área médica, quebrou a marca anterior de 73 dias, duas horas e 34 minutos, atingida por dois irmãos, também professores, do Tennessee, em 2014.
"Nunca foi pelo recorde", disse Dituri à agência. "É sobre estender a tolerância humana para o mundo subaquático e para um ambiente isolado, confinado e extremo."
Dituri, que também é chamado de 'Dr. Deep Sea' (Dr. Mar Profundo, em português), é um professor da Universidade do Sul da Flórida, com doutorado em engenharia biomédica, além de ser um oficial aposentado da Marinha americana.
O recorde de Dituri foi registrado pelo Guinness World Records após seu 74º dia submerso, no mês passado. A Marine Resources Development Foundation, proprietária do hotel subaquático, vai pedir ao Guinness que certifique a marca de 100 dias de Dituri, de acordo com o chefe da fundação, Ian Koblick.
O desafio de Dituri, chamado de Projeto Neptune 100, foi organizado pela fundação. Diferentemente de um submarino, que usa tecnologia para manter a pressão interna quase igual à da superfície, o interior do alojamento é ajustado para corresponder à pressão mais alta encontrada debaixo d'água.
O projeto tinha como foco aprender mais sobre como o corpo e mente humanos reage à exposição prolongada à pressão extrema e ao ambiente isolado, e foi projetado para beneficiar pesquisadores oceânicos e astronautas em futuras missões a longo prazo.
Durante os três meses e nove dias que passou debaixo d'água, Dituri realizou experimentos diários e medições para monitorar como seu corpo respondia ao aumento da pressão ao longo do tempo.
Ele também fez encontros online com milhares de estudantes de doze países, ministrou um curso da USF, além de receber 60 visitantes em seu espaço.
"O mais gratificante disso é a interação com quase 5 mil alunos e a preocupação deles em preservar, proteger e rejuvenescer nosso ambiente marinho", disse Dituri.
Ele planeja apresentar as descobertas do Projeto Neptune 100 na Conferência Mundial de Medicina Extrema, em novembro, na Escócia.
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