22/07/2021 12:21:28
Mundo
Padre renuncia a cargo na Igreja após ser descoberto em aplicativo LGBT
O religioso teve seus dados publicados sem autorização em um site de notícias religioso. Segundo a reportagem, ele teria usado ao longo dos anos de 2018, 2019, e 2020
USCCB/ReproduçãoO site que expôs o padre também recebeu criticas por divulgar dados pessoais

 O Monsenhor Jeffrey Burrill, do estado de Wisconsin, renunciou ao cargo esta semana depois de exposição envolvendo sua sexualidade. O padre teria sido flagrado em um aplicativo de encontros para pessoas da comunidade LGBTQIA+, conhecido como Grindr, e em bares gays. A revelação foi publicada pelo site de notícias religiosas Pillar, que declarou ter tido acesso aos dados do celular do religioso.

"De acordo com registros comercialmente disponíveis do aplicativo, obtidos pelo The Pillar, um aparelho eletrônico relacionado a Burrill emitiu sinais de acesso ao aplicativo Grindr quase que diariamente em partes de 2018, 2019, e 2020, tanto em seu escritório na USCCB quando em sua casa que é patrimônio da conferência, assim como em reuniões da USCCB e eventos em outras cidades", afirmou o site Pillar. Além de padre, Jeffrey Burrill também é membro administrador da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB).

Além de ser fortemente criticado pela orientação sexual, o ex-padre também recebeu represália pela quebra do celibato, obrigatório aos padres. Segundo o portal Uol, Jeffrey Burrill era monsenhor. O título é concedido pelo papa a membros da Igreja Católica por serviços prestados à comunidade. Nesta terça-feira, 20, o arcebispo de Los Angeles, José Gomez, cedeu uma carta ao jornal National Catholic Reporter confirmando o afastamento do religioso.
Segundo a plataforma, as "atividades sexuais" do padre também incluíam visitas a uma "sauna gay" em Las Vegas. "Na segunda, 19, nós tomamos conhecimento de notícias iminentes alegando um possível comportamento impróprio do monsenhor Burrill. O que chegou a nós não incluía alegações de má conduta com menores. Mas mesmo assim, para evitar se tornar uma distração às operações e trabalhos na Conferência, o monsenhor renunciou imediatamente", completou o portal de notícias religiosas.

No entanto, com a revelação, reportagem do Pillar também virou alvo de críticas de fieis, que condenaram o levantamento "antiético e homofóbico" de seus dados. "Eu sou um pecador, assim como você, assim como o monsenhor Jeffrey Burrill. Nenhum de nós tem uma vida pessoal que iria suportar o tipo de escrutínio que o Pillar colocou sobre Burrill", opinou Steven P. Millies, um dos diretores da Catholic Theological Union, escola de teologia com orientação católica em Chicago.

Especialistas em privacidade eletrônica também condenaram a divulgação sem autorização dos dados do religioso. Ao jornal The Washington Post, Patrick Jackson, líder de tecnologia da empresa de proteção de privacidade Disconnect, declarou que esse tipo de publicação “desencadeia uma corrente que o usuário não pode controlar, porque eles nem sabem quais dados foram coletados em primeiro lugar e não tem ideia de onde eles estão armazenados", afirmou.

De acordo com o jornal The New York Post, apesar da insegurança, as leis federais dos Estados Unidos não proíbem a venda de dados. Já o Grindr, em declaração ao The Washington Post, negou que seus dados sejam públicos.

Fonte: O Povo Online

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