O exército israelense anunciou nesta terça-feira (27) que resgatou Kaid Farhan Alkadi, um árabe com cidadania israelense, que foi feito refém na Faixa de Gaza durante "uma operação complexa" no sul do território palestino.
O Exército e o Shin Bet, os serviços secretos israelitas, “resgataram o refém Kaid Farhan Alkadi, 52 anos, de Rahat”, uma cidade beduína do deserto do Negev, “que tinha sido raptado pela organização terrorista Hamas e levado para a Faixa de Gaza no dia 7 de outubro”, declarou o exército em comunicado.
"O seu estado de saúde é estável e está sendo transferido para o hospital para novos exames médicos", disse o exército, que já informou a família de Alkadi sobre o resgate.
“Estamos fazendo tudo para salvar os reféns”, declarou o chefe das Forças Armadas, o tenente-general Herzi Halevi.
Kaid Farhan Alkadi trabalhava como segurança no Kibbutz Magen, uma das comunidades ao redor da Faixa de Gaza que foram atacadas por combatentes liderados pelo Hamas em 7 de outubro, segundo o Fórum das Famílias dos Reféns.
O presidente israelense Isaac Herzog saudou “o êxito do resgate” e descreveu a libertação do refém como “um momento feliz para o Estado de Israel e para a sociedade israelense”, segundo comunicado de seu gabinete.
Das 251 pessoas raptadas em 7 de outubro, 104 continuam detidas em Gaza, e 34 foram declaradas mortas pelo exército.
“Os outros reféns não podem se dar ao luxo de esperar por outro milagre deste gênero (...). Um acordo negociado é a única forma de avançar”, defendeu o Fórum das Famílias dos Reféns esta terça-feira.
“Apelamos à comunidade internacional para que mantenha a pressão sobre o Hamas para que aceite o acordo e liberte todos os reféns”, acrescenta o comunicado.
Negociações
Estão atualmente em curso negociações entre Israel e o Hamas, através de mediadores do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, com vista a alcançar um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.
Nos últimos dias, Israel emitiu várias ordens de evacuação para os palestinos em toda a Faixa de Gaza, o maior número desde o início da guerra, há 10 meses, provocando um protesto dos palestinos, das Nações Unidas e dos responsáveis pela ajuda humanitária sobre a redução das zonas humanitárias e a ausência de áreas seguras.
Residentes e famílias deslocadas na cidade de Khan Younis, no Sul do país, e em Deir Al-Balah, no Centro de Gaza, onde se concentra atualmente a maior parte da população, afirmaram ter sido obrigados a viver em tendas que se encontram na praia.
As autoridades de saúde palestinas disseram que os ataques israelenses mataram nove palestinos em Bureij e Maghazi, dois dos oito campos de refugiados históricos de Gaza, enquanto outro ataque matou cinco pessoas em Khan Younis e um terceiro matou outras três em Rafah.
Mais de 40,4 mil palestinos foram mortos na guerra, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. O aglomerado populacional foi devastado e a maior parte dos seus 2,3 milhões de habitantes foi deslocada várias vezes e enfrentam uma grave escassez de alimentos e medicamentos, segundo as agências humanitárias.
Operações da ONU suspensas
Na segunda-feira, as operações de ajuda das Nações Unidas em Gaza foram interrompidas depois de Israel ter emitido novas ordens de evacuação no domingo para Deir Al-Balah, onde o centro de operações da ONU estava localizado, avançou um funcionário das Nações Unidas.
A ordem de evacuação foi dada no momento em que a ONU prepara uma campanha para vacinar cerca de 640 mil crianças em Gaza contra a poliomielite, depois de ter sido identificado pelo menos um caso da doença.
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