Os restos mortais de um sargento estadunidense desaparecido em combate durante a Segunda Guerra Mundial foram identificados 80 anos após a morte dele. A informação foi anunciada em 31 de agosto pela Agência de Contabilidade de Defesa POW/MIA (DPAA), dos Estados Unidos.
O aviador Irving R. Newman morreu aos 22 de idade, em 6 de maio de 1943, durante uma missão de bombardeio que tinha como alvo o porto de Reggio di Calabria, na Sicília, ilha ao sul da Itália. Ele havia sido designado para o 343º Esquadrão de Bombardeio (Pesado) e estava junto de outros nove tripulantes em um avião bombardeiro B-24D Liberator.
Problemas no motor do avião forçaram os pilotos a corrigirem o curso para longe do grupo de bombardeiros principal, diretamente para o fogo antiaéreo inimigo. Durante um pouso de emergência, o veículo aéreo pegou fogo e caiu na água perto de Benghajsa Point, em Malta, ferindo pelo menos cinco tripulantes.
Nesse incidente sobreviveram nove aviadores, mas Newman não foi um deles. Em 1949, um conselho de oficiais revisou investigações da American Graves Registration Command (AGRC) acerca de 82 pessoas desaparecidas nessa área do Mediterrâneo e recomendou que os indivíduos fossem considerados “não recuperáveis”.
A busca do “irrecuperável”
Segundo o site Live Science, um programa de pesquisa de arqueologia marítima da Universidade de Malta começou a procurar os destroços do bombardeiro submerso em 2015, após relatos de que a aeronave havia caído na região em 1943.
Em 2016, a equipe localizou os destroços usando um sonar de varredura lateral, que cria uma imagem do fundo do mar. A DPAA afirma que os restos estavam a quase 55 metros de profundidade.
Em 2019, uma organização parceira da agência recuperou as primeiras evidências materiais e supostos restos humanos. Mas os resquícios do cadáver de Newman só foram identificados em 20 de junho de 2023.
Na identificação, os cientistas da DPAA usaram análises antropológicas, enquanto pesquisadores do Sistema de Examinadores Médicos das Forças Armadas dos EUA usaram DNA mitocondrial e análises dentárias.
Conforme relata Timmy Gambin , arqueólogo marítimo da Universidade de Malta que liderou a equipe, a escavação foi “muito desafiadora devido às bordas irregulares e da natureza instável do local” no mar de Malta. Os mergulhadores também recuperaram uma metralhadora de 50 milímetros e outros artefatos durante a investigação.
“Ter um bombardeiro da USAAF em águas maltesas é muito incomum porque esses nunca voaram dos campos de aviação de Malta”, disse Gambin, segundo o Live Science. “No entanto, estamos muito felizes por tê-lo encontrado e contribuído para dar um fim à história em nome da família do sargento Newman.”
O aviador receberá um enterro com local e horários ainda não divulgados. O nome de Newman está registrado nas Tábuas dos Desaparecidos no Cemitério Americano Sicília-Roma, em Impruneta, na Itália, com outros indivíduos ainda desaparecidos da Segunda Guerra.
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