Dois terremotos atingiram Taiwan nesta terça-feira (2), de acordo com o Gdacs (sigla em inglês para Sistema Global de Alerta e Coordenação em Situações de Desastre), órgão ligado à Comissão Europeia e à ONU. O primeiro tremor teve magnitude 7,5, e o segundo, de 6,5.
Relatos colhidos pela agência de notícias Reuters apontam parte de Taipé, capital de Taiwan, ficou sem energia elétrica.
A mídia estatal disse que estes foram os tremores mais fortes a atingir a ilha em 25 anos e divulgou imagens que mostram prédios danificados. Não há, contudo, registro de mortes ou feridos.
Registros compartilhados nas redes sociais mostram edifícios tombados, com as fachadas completamente encobertas por escombros, e pontes instáveis devido aos tremores.
Em um deles, é possível ouvir uma pessoa gritando ao ver uma nuvem de terra em um morro causado por um deslizamento. Em outro, o que aparenta ser um estúdio de filmagem de um jornal televisivo tem seu equipamento de vídeo chacoalhado durante a transmissão de um programa ao vivo. As imagens não puderam ser verificadas de forma independente.
As informações do Gdacs apontam que o primeiro terremoto ocorreu a uma profundidade de 11,4 km. Geralmente, quanto mais próximos da superfície, mais intensos são os tremores. O segundo foi registrado a 11,8 km.
Na avaliação da agência, ambos os sismos configuram um "alerta laranja", o que significa que existe uma probabilidade considerável de danos e que medidas preventivas e de preparação devem ser tomadas imediatamente pelas autoridades e populações locais. O órgão também estima que ao menos 260 mil pessoas estão expostas aos riscos imediatos do tremor.
Na Escala de Intensidade Macrossísmica (MMI, na sigla em inglês) utilizada pelo Gdacs, os dois terremotos com epicentro em Taiwan estão na categoria 7. Essa unidade avalia os efeitos de um tremor na superfície terrestre com base em fatores como danos estruturais, percepção humana e impacto geral.
Não há um limite definido para a MMI, mas geralmente os terremotos mais fortes chegam no máximo à categoria 9.
A região que compreende Japão, China e Taiwan é frequentemente chamada de Círculo de Fogo do Pacífico, uma área conhecida por sua alta atividade sísmica. Esta zona é caracterizada pela movimentação constante das placas tectônicas, onde várias delas convergem, divergem ou deslizam uma sobre a outra.
Esses movimentos tectônicos frequentes resultam na formação de cadeias de montanhas, vulcões ativos e, consequentemente, em alta incidência de terremotos. O Japão, em particular, está localizado na junção de quatro placas tectônicas, tornando o país especialmente vulnerável a terremotos. Além disso, as áreas costeiras do leste asiático também enfrentam o risco adicional de tsunamis desencadeados por terremotos submarinos, o que amplia ainda mais os desafios sísmicos enfrentados por essa região.
O Japão, em particular, foi atingido por um tsunami histórico em 11 de março de 2011, o deixou uma marca indelével na memória do país. O desastre foi desencadeado por um poderoso terremoto de magnitude 9 na costa nordeste, desencadeando ondas gigantes que causaram devastação generalizada.
O episódio deixou mais de 15 mil mortos, além de milhares de desaparecidos e feridos, e destruiu comunidades inteiras, desencadeando ainda uma crise nuclear em Fukushima.
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