Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou uso de cilindros industriais para armazenar oxigênio hospitalar e uma série de outras medidas para evitar o desabastecimento do chamado kit entubação, usado no tratamento de pacientes graves da Covid-19.
As "medidas regulatórias emergenciais" foram anunciadas na sexta-feira (19) depois que entidades médicas alertaram para o risco da falta de medicamentos para entubação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Brasil.
Na madrugada de sábado (20), pacientes internados em um hospital público de São Paulo precisaram ser transferidos por conta de problemas no fornecimento de oxigênio. A Secretaria de Saúde do estado disse que houve um atraso no abastecimento, mas que a oferta do insumo foi normalizada.
Com as decisões do órgão, além dos cilindros verdes, de uso hospitalar, passa a ser autorizado o uso dos cilindros industriais de cor cinza para o abastecimento do gás medicinal. Para isso, as empresas devem usar válvulas especiais, e limpar os equipamentos para eliminar a contaminação cruzada.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, disse em entrevista que a medida ameniza a crise mas não resolve o problema. Ele explicou que o uso de cilindros, apenas, não é suficiente para atender pacientes internados com Covid-19.
"Para paciente de Covid não basta cilindro. A gente precisa de um tanque de usina, porque eles consomem, às vezes, 15 litros por minuto. Um cilindro grande daqueles [industriais] ele vai usar 5, 6, 7 em um dia", ponderou o também secretário da Saúde do Maranhão.
Pacientes são transferidos em SP por problemas no fornecimento de oxigênio na madrugada Mauro Junqueira, secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), avaliou que as medidas tomadas pela Anvisa são "todas muito importantes".
Junqueira disse também que a entidade está trabalhando para poder atender – por completo – toda a demanda atual do sistema de saúde para conseguir dar uma resposta efetiva sobre o que ele classificou como um "cenário de risco".
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