Os casos de febre do oropouche registrados em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, acendeu um alerta e motivou uma reunião de órgãos de saúde do Município e do Estado nesta terça-feira (13). Ao todo, são 13 casos confirmados da doença, sendo 11 deles em aldeias indígenas.
O município registra 70% dos casos contabilizados em todo estado, que registra 19 casos. Segundo a Secretaria de Saúde de Palmeira dos Índios, são nove casos em aldeia na Fazenda Canto, um na Mata da Cafurna e um na Cafurna de Baixo.
A enfermeira responsável técnica do Município, Francimary Cavalcante, explicou, em entrevista à TV Gazeta, que as equipes da Secretaria de Saúde já vinham fazendo um trabalho educativo em locais com casos que haviam sido notificados como dengue para fazer a busca ativa e colher mais informações.
Segundo Francimary, após a confirmação dos casos de febre do oropouche, o trabalho foi reforçado. “As equipes de área estão intensificando essa busca e a reunião vai traçar planejamentos e metas das ações no município”, relatou.
Para a enfermeira, por ser território indígena, as áreas onde foram registrados casos são mais favoráveis a proliferação do mosquito transmissor. “As equipes não estão só nas três aldeias onde foram registrados casos, mas em todo município”, fala.
Sobre a reunião, a responsável técnica disse que o objetivo é de traçar metas “Estamos aqui para ver como vamos dar continuidade a essas buscar, tratar e acompanhar os casos”, disse.
A doença
A Febre Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Depois de picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias. Quando esses mosquitos picam outra pessoa saudável, podem passar o vírus para ela.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem dois ciclos de transmissão: Ciclo Silvestre, quando os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
Há também o ciclo urbano: quando humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
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