Um choque. Na verdade, vários. Assim funciona a eletroporação irreversível (IRE), uma tecnologia de ablação que utiliza pulsos curtos elétricos de alta voltagem para ablação de tecidos. O procedimento foi executado na última quinta-feira (21), em um paciente com câncer no pâncreas por especialistas em radiologista intervencionista, André Vitório e Thiago Costa.
Guiada por tomografia computadorizada, a técnica é realizada através da colocação de eletrodos no tecido alvo, que liberam 90 pulsos de 1000 a 3000 V/cmDC de energia entre os eletrodos, levando a morte celular pela criação de microporosidades nas membranas celulares.
“O procedimento é inovador no Brasil, especialmente no Nordeste. Até então foram poucos casos registrados, tanto que somos o quarto estado do país, sendo segundo do Nordeste a realizá-lo. A finalidade é dar chance aos pacientes oncológicos, principalmente para aqueles com câncer de pâncreas avançado ou tumor de fígado mais central, a terem possibilidade de cura ou controle da doença. É um procedimento disponível em poucos centros avançados e temos a alegria de poder contar com isso em Alagoas, na Santa Casa de Maceió, que dispõe da estrutura para a execução desses procedimento”, destacou André Vitório.
A eletroporação irreversível durou em torno de duas horas e meia. O IRE é o único tratamento ablativo com método não térmico que tem se mostrado seguro. “Posicionamos quatro agulhas dentro do tumor, agulha por agulha, que precisam estar bem paralelas para realizar o procedimento, e depois o aparelho faz a eletroporação. O benefício é tanto reduzir o volume tumoral, como potencializar o tratamento da imunoterapia, caso exista tumor residual”, contou Thiago Costa.
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