Os resultados serão apresentados nessa segunda-feira (13/3) no congresso anual da Associação Europeia de Urologia, em Milão, na Itália.
A pesquisa foi baseada em um teste de urina que identifica mutações em 60 genes. Com base em pesquisas anteriores, que identificaram mudanças genéticas conectadas ao câncer de bexiga, os pesquisadores se concentraram em dez dos genes.
No total, 50 mil participantes foram acompanhados ao longo de dez anos. Todos eles forneceram amostras de urina no momento do recrutamento e, ao longo do estudo, 40 voluntários desenvolveram câncer de bexiga. Foram testadas 29 amostras deste grupo, e os cientistas compararam os dados com os de 98 outras pessoas de perfis parecidos que foram usadas como controle.
Dos 29 participantes com o câncer, o teste conseguiu prever com precisão o futuro tumor em 19 deles, mesmo com a amostra de urina sendo coletada até 12 anos antes do diagnóstico.
Entre os participantes do grupo de controle, 94 testaram negativo para a doença — os que eventualmente desenvolveram o câncer de bexiga no futuro não tiveram nenhuma condição detectada até seis anos após a coleta de urina.
A cientista responsável pelo estudo, Florence Le Calvez-Kelm, que integra a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, diz que atualmente o diagnóstico de câncer de bexiga depende de procedimentos caros e invasivos, como a citoscopia.
“Ter um exame de urina mais simples que possa diagnosticar com precisão e até prever a probabilidade de câncer com anos de antecedência pode ajudar a detectar mais cânceres em um estágio inicial e evitar cistoscopias desnecessárias em pacientes saudáveis”, afirma.
Florence acredita que esses resultados demonstram o potencial de um teste genético de urina para a detecção precoce do câncer de bexiga.
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