Com a ampliação dos casos prioritários para aplicação das vacinas contra a Covid-19 e a entrada da população obesa na fila, começam a surgir relatos de pessoas que, mesmo com IMC acima de 40 – sendo este o critério para a priorização –, mas sem comorbidades como diabetes e hipertensão, vêm tendo dificuldades para conseguir se vacinar porque não conseguem os documentos que atestem sua condição e, por consequência, sua prioridade.
“Além das barreiras que essa população já enfrenta diariamente como a falta de acessibilidade, dificuldade em exames médicos com equipamentos inadequados e preconceito, é importante lembrar às autoridades médicas que a obesidade é uma das principais doenças associadas aos quadros mais graves de coronavírus e óbitos”, afirma o Dr. Gustavo Calestini, endocrinologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, a Unisa. “Como nem todos os obesos têm comorbidades associadas, há essa dificuldade. Mas estamos num período de pandemia e os direitos dessa população precisam ser respeitados”.
DADOS:
- Segundo dados da PNS 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde que o IBGE realiza em parceria com o Ministério da Saúde, seis em cada dez brasileiros têm excesso de peso - 96 milhões de pessoas com IMC indicando sobrepeso ou obesidade.
- Há 17 anos, esse número era mais de 50% menor.
- Na população adolescente, 6,7% dos jovens já têm obesidade. O problema é mais prevalente nas meninas (8%) em comparação com os meninos (5,4%).
- Com exceção do período entre os 25 e 30 anos de idade, em todas as outras faixas etárias as mulheres têm maior prevalência do problema do que os homens: 29,5% delas têm obesidade — praticamente uma em cada três — contra 21,8 dos homens.
- O sobrepeso, por sua vez, foi encontrado em 62,6% delas e em 57,5% deles.
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