16/07/2021 17:48:53
Saúde
Inverno contribui para o surgimento de gripes, resfriados e problemas cardíacos
Com as baixas temperaturas, principalmente para os padrões do Nordeste, aumentam os riscos de resfriados, gripes e doenças do coração. O alerta foi feito por médicos do Hospital Geral do Estado
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Ascom Sesau

Com a chegada do inverno, as temperaturas começam a baixar. Na manhã desta sexta-feira (16), por exemplo, os termômetros assinalam 22° graus, o que é motivo de alerta para os alérgicos e portadores de doenças crônicas. Para os brasileiros que residem em outras regiões do país, a temperatura não é baixa, mas, para os alagoanos, acostumados com temperaturas acima dos 30°, o frio e a chuva dificultam sair da cama. O problema é que essa mudança também aumenta o risco de resfriados, gripes e até de doenças cardiovasculares. E, para os alérgicos, a queda da temperatura pode representar ainda mais crises, segundo orienta o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a prevenção deve ser continuada. O pneumologista do HGE, Luiz Cláudio Bastos, explica que o frio faz com que fiquemos mais tempo confinados em espaços fechados, com pouca ventilação e presença de mais pessoas, como nos ônibus coletivos. Esse comportamento é perfeito para a disseminação dos vírus causadores de infecções respiratórias, entre eles o H1N1, H3N2 e a Influenza B, além do novo coronavírus, – sobretudo naqueles que não se vacinaram contra as duas doenças.

“O ambiente úmido, pouco arejado, também pode favorecer a formação do mofo, muito nocivo a quem sofre com as alergias. É importante abrir as janelas para melhorar a ventilação e deixar que o sol entre por elas sempre quando possível. É recomendável agendar uma consulta com um médico alergista e, caso a crise de sinusite, bronquite, asma, gripe e, até mesmo da rinite, se agravar, não deixe de procurar o atendimento médico em uma unidade de saúde de urgência e emergência”, orienta o especialista.

Doenças cardiovasculares – Outro alerta necessário para este período é a exposição sem proteção ao frio, que, além das enfermidades já mencionadas, também pode agravar doenças cardiovasculares. De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), nesta estação do ano, geralmente há um aumento de cerca de 30% dos casos que envolvem infarto agudo do miocárdio.

“Isso é explicado pela vasoconstrição (contração dos vasos na superfície do corpo), reação do nosso corpo ao frio, que provoca uma sobrecarga no sistema circulatório, o aumento da pressão arterial, com o objetivo de proteger a temperatura central do corpo. Por isso, é muito importante que pessoas propensas a doenças cardíacas se agasalhem e sigam com todas as orientações dadas pelo seu cardiologista”, pontuou o cardiologista Alex Vieira.

O HGE realizou 3.690 tratamentos cardiológicos no ano passado, sendo 973 somente entre junho e setembro – meses do inverno. No entanto, a maior quantidade notificada ocorreu no início e fim de ano, justificada pelos excessos nas festividades deste período. Em 2020, quando não havia a pandemia, 591 em janeiro, 476 em fevereiro. E, em 2021, com a pandemia, 356 em janeiro e 348 em fevereiro.

Uso de máscara – Em tempo de uso de máscara, esta estratégia também é uma boa alternativa a proteção do nariz e da boca, pois, além de evitar a infecção dos vírus circulantes (como o Adenovírus, o Rinovírus, a Influenza e o novo coronavírus), ajuda a aquecer ambos os órgãos. A higienização das mãos é primordial, pois vírus disseminados podem ser levados por elas até as nossas mucosas. Também é importante que a população evite os choques térmicos, característico do inverno alagoano.

“As mudanças bruscas na temperatura impactam diretamente no funcionamento do sistema imunológico. O choque térmico faz com que a imunidade seja usada para manter a temperatura. Toda vez que isso acontece, ela fica menos estável para combater doenças. O ideal é que as pessoas possam usar roupas e acessórios que se adaptem a essas variações da temperatura e que adotem práticas que fortalecem as defesas do organismo”, recomendou o médico. 

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