Cerca de 200 casos da varíola dos macacos foram confirmados e mais de 100 estão em análise fora em países onde o vírus causador da doença, o monkeypox, não é endêmico, informou nessa quinta-feira (26) a epidemiologista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove. A representante da organização pediu que os países aumentem a vigilância para detectar os casos de pessoas infectadas com a doença.
"Esperamos que mais casos sejam detectados. Estamos pedindo aos países que aumentem a vigilância (...) Esta é uma situação controlável. Será difícil, mas é uma situação controlável nos países não endêmicos", disse Maria Van Kerkhove.
Falando durante uma coletiva online, a epidemiologista ressaltou que os casos até agora já foram identificados em mais de 20 países de regiões fora da África Central e Ocidental, onde a varíola dos macacos é uma doença endêmica. Segundo um balanço do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, os diagnósticos nesses lugares já chegaram a 219, número que quase quintuplicou em seis dias. Pela primeira vez, esses locais vivem casos de transmissão local do patógeno.
A Europa é a área mais afetada e vive o maior surto já registrado na história, segundo o serviço médico das Forças Armadas da Alemanha. Além do continente europeu, nações como Canadá, Estados Unidos, Austrália, Israel e Emirados Árabes Unidos também relataram infecções.
A varíola dos macacos é uma versão semelhante à varíola erradicada em 1980, embora mais rara, mais leve e com a transmissão entre pessoas mais difícil de acontecer. Ela é endêmica em 11 países da África Ocidental e Central, onde costuma ser passada de animais, principalmente roedores, para humanos. O aparente contágio mais fácil agora entre pessoas intriga os cientistas.
Os sintomas costumam ser uma forte febre e evoluir rapidamente para erupções cutâneas com formação de crostas. Segundo a OMS, eles duram entre 14 e 21 dias. Dados mostram que as vacinas utilizados para erradicar a varíola tradicional, em 1980, são até 85% eficazes contra essa versão. As autoridades de saúde britânicas já começaram a oferecer o imunizante a profissionais de saúde e pessoas que podem ter sido expostas ao vírus. Diversas nações também garantiram doses da vacina durante a semana.
Fonte: IG
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