Ilustração

É inegável que os computadores digitais revolucionaram a tecnologia para a humanidade. No século XXI, eles realizam um papel importantíssimo na sociedade, seja através da automatização de processos ou da análise de problemas que os seres humanos sequer pensaram em resolver. Porém, como grande parte das invenções humanas, há pontos negativos associados, a exemplo dos conhecidos "vírus de computador".

 O professor Pedro Ivo da Silva Oliveira, dos cursos de Engenharia Mecatrônica e Ciência da Computação do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), explica que o termo vírus é utilizado pela sociedade de forma geral para designar qualquer programa ou malware (abreviação de ‘malicious software’, em inglês) desenvolvido com a finalidade de infectar o computador de um usuário legítimo e prejudicá-lo de diversas formas.

"Essa definição não está tecnicamente correta, pois existem vários tipos de programas mal intencionados, o vírus é apenas um dos tipos: há os malwares chamados de worms, trojan horses (cavalos-de-Troia), spywares, adware e muitas outras nomenclaturas", sublinha o engenheiro mecatrônico.

Um dos primeiros vírus de computador que surgiram para o MS-DOS, o antigo sistema operacional da Microsoft, foi o Brain, escrito por dois paquistaneses na década de 1980. “Curiosamente, esse vírus foi escrito não com o intuito de, necessariamente, prejudicar um outro computador de forma leviana, mas de impedir a disseminação de cópias ilegais de um programa de computador para a área médica criado pelos paquistaneses", relata Ivo.

Ao longo do tempo, os vírus de computador foram evoluindo, tanto na forma de criação, quanto no seu objetivo. Hoje, eles possuem intuitos malignos diversos, normalmente associados com algum ganho financeiro por parte do programador, mas podem agir de diversas formas. “Por exemplo, solicitando ao usuário que acesse algum tipo de link para abrir uma brecha de acesso à máquina, podendo executar ações de roubo de informações. Muitos vírus de computador são programas embutidos em outros programas, aparentemente normais”, explica.

Na Internet, estes softwares maliciosos estão muitas vezes escondidos em arquivos que os usuários tentam baixar de fontes ilegais. Outros são programas que precisam ser colocados diretamente em uma determinada máquina que não possui acesso a redes externas, o que, de acordo com Pedro, “é um caso muito comum de vírus para espionagens industriais sofisticadas, em que é necessário que uma pessoa infiltrada acesse o computador fisicamente e carregue o programa diretamente”.

Os antivírus

No combate dos vírus de computador estão os antivírus, programas que contra-atacam as ações dos programas malignos. Eles também surgiram na década de 1980, para combater alguns códigos que tinham sido criados para computadores específicos, por exemplo o VirusScan criado pela empresa McAfee Inc., em 1987.

Atualmente, há uma série de opções disponíveis no mercado, tanto pagas quanto gratuitas, e devem ser escolhidas após cuidadosa pesquisa e análise das atividades que se pretende atender.

“De forma geral, o usuário comum deve se atentar aos recursos computacionais que ele acessa, principalmente em se tratando da Internet, reduto de muitos programadores inescrupulosos. Empresas que lidam com dados e sistemas mais críticos precisam investir em cibersegurança, pois irão se deparar com ameaças mais sofisticadas”, orienta Pedro Ivo.

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