Arapiraca, no Agreste de Alagoas, é a oitava cidade do Brasil mais mortes violentas de LGBT+, com quatro casos registrados somente em 2022. Os dados, divulgados nessa quinta-feira (19), são do Observatório do Grupo Gay da Bahia.
O município alagoano fica atrás de Manaus, Salvador, São Luis, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Também aparecem no ranking as cidades Belo Horizonte e Campo Grande.
Segundo o levantamento, de todas os 155 municípios do país que registraram ao menos uma morte violenta de LGBT+, cinco são do Nordeste, com destaque para Arapiraca, que tem 230 mil habitantes e contabilizou quatro casos de assassinatos.
Inclusive, comparando o número de óbitos proporcionalmente a cidades com mais de 100.000 habitantes, Arapiraca é considerada 10 vezes mais perigosa que Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Já Timon, no Maranhão, com população de 161.721, é o município mais inóspito para um LGBT, sendo 62 vezes mais perigoso que São Paulo.
Em todo o Brasil, 256 LGBT+ foram vítimas de morte violenta no Brasil em 2022, o que mantém o Brasil como um dos países com mais vítimas, com uma morte a cada 34 horas.
Em relação ao perfil das vítimas, os gays continuam como o segmento mais atingido, em termos absolutos. Já as pessoas “trans” têm, proporcionalmente, 19% mais chances de sofrerem crimes letais do que os homossexuais. A faixa etária dos 18 aos 29 anos representam 43,7% dos casos. Em todo o Brasil, a vítima mais jovem tinha 13 anos, enquanto o mais idoso tinha 81.
Foram registrados 242 (94,5%) homicídios (incluídos aqui os latrocínios e feminicídios), apesar da dificuldade dos jornalistas e operadores da segurança pública em observar essa tipificação penal e 14 suicídios (5,4%). O pequeno número de suicídios explica-se pela subnotificação destes sinistros por tratar-se de crime tabu sujeito a restrições de divulgação, especialmente pelos sites de pesquisa.
Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.