A Justiça determinou e a Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) designou a delegada Maria Fernandes Porto para investigar denúncia de estupro virtual suspostamente cometido contra uma mulher de Arapiraca, cidade do Agreste alagoano, que conheceu um homem no Tinder - aplicativo de namoro - e passou a ser ameaçada de ter imagens íntimas expostas. A vítima também disse ter sido alvo de extorsão.
A determinação judicial para que o inquérito fosse aberto se deu porque, após a denúncia, a mulher "renunciou ao direito de representar" perante a autoridade policial. No entanto, o juiz Helestron Silva da Costa esclareceu que tal crime “é precedido por ação penal pública incondicionada, de titularidade do membro do Ministério Público, sendo irrelevante, portanto, a renúncia da ofendida”.
De acordo com o primeiro relato da mulher, no dia 16 de dezembro de 2021, ela conheceu uma pessoa, que afirmou se chamar Pedro, no Tinder. Os dois, então, começaram a conversar em outro aplicativo. O suspeito usava um número de telefone com DDD de Alagoas.
Segundo a denúncia, de início, o homem se comportava de forma gentil, amigável e confiável, de modo que, em razão do envolvimento afetivo, houve troca de vídeos e fotos íntimas. Porém, logo em seguida, o suspeito começou a exigir conteúdo de teor sexual, estabelecendo prazos para o envio, alegando que, do contrário, haveria punição.
Além disso, por outras vezes, o suspeito ofereceu dinheiro para que a vítima enviasse 'nudes'. Em depoimento, a mulher disse que, por medo de ser exposta, enviou novas fotografias na modalidade de visualização única, no entanto, o noticiado tirou prints e guardou.
A vítima narra que as insistências continuaram a ocorrer, mas, por um tempo, ela conseguiu ludibriá-lo. Porém, em março de 2022, as ameaças de exposição começaram a ser mais incisivas, inclusive, por meio de um número do exterior. Desta vez, o interlocutor aparentava ser uma outra pessoa, entretanto, a linguagem e comportamento indicavam que era a mesma pessoa de antes.
Posteriormente, o suspeito confirmou que era ele quem estava falando com ela através de outro contato. Em novembro do ano passado, houve outra exigência de vídeos e fotos, com dia e horário para que os materiais fossem enviados. Novamente, com receio de ser exposta, a mulher enviou o que o suspeito estava exigindo dela. Nessa ocasião houve também, segundo a vítima, chantagem financeira, no valor de R$ 200.
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