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05/09/2023 10:09
Esporte

Corte de Antony tem ligação de Diniz e nova tática "anticrise" da CBF

Entidade fará monitoramento de “temas sensíveis” envolvendo atletas da Seleção para evitar episódios como o do atacante e de Paquetá. Técnico faz contato para comunicá-lo de decisão
/ Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Redação com GE

Ligações para humanizar o processo, repetição de critério do caso Paquetá e definição de um novo padrão pré-convocações. O corte de Antony movimentou o primeiro dia de data Fifa da seleção brasileira em Belém e estabeleceu um monitoramento profundo da CBF em possíveis problemas particulares dos jogadores para evitar que episódios desta natureza se repitam.

A partir das próximas datas Fifa, as listas largas com 36 jogadores pré-convocados serão submetidas a avaliação da entidade para comprovação de que nenhum atleta está envolvido com problemas extracampo.

A decisão se deu após Fernando Diniz se ver obrigado a tirar Lucas Paquetá minutos antes da divulgação por conta de denúncia sobre irregularidades de apostas e agora o corte de Antony após divulgação de mensagens com ameaças do atleta à ex-namorada Gabriela Cavallin, que o acusa de agressões físicas.

Desde a divulgação de provas que fazem parte do processo na manhã de segunda-feira, o tema entrou em discussão nos bastidores da CBF. Havia uma preocupação em evitar que a desconvocação do jogador do Manchester United ferisse a presunção de inocência. Por outro lado, correntes entendiam que era preciso manter a coerência com a decisão a respeito de Lucas Paquetá.

Sem um coordenador técnico no Pará — cargo que ainda não há definição da CBF sobre sua continuidade —, coube a Diniz conduzir o processo em contato direto com o presidente Ednaldo Rodrigues, que estava em São Paulo. A todo instante, o treinador demonstrou a preocupação em evitar um pré-julgamento, mas passou para a entidade a percepção de que a continuidade de Antony seria prejudicial ao próprio atleta e também para o ambiente da Seleção diante dos questionamentos que seriam constantes.

A conclusão das partes foi de que a situação se tornou insustentável e a permanência seria danosa para todos os envolvidos e que o momento é para que Antony tenha tranquilidade para conduzir suas questões com a justiça — mesmo argumento utilizado em coletiva ao tratar a situação de Lucas Paquetá.

Durante o dia, pessoas do staff de Antony fizeram contato com a CBF e se colocaram à disposição para esclarecer qualquer situação. O entendimento do lado do atleta é de que ainda trata-se de uma investigação, sem acolhimento do Ministério Público como processo criminal.

Além disso, há o argumento de que o Manchester United, mesmo diante da denúncia, mantém o jogador em atividade em comportamento diferente do ocorrido, por exemplo, com Mason Greenwood. O jovem inglês foi investigado por violência sexual e tentativa de estupro, em acusações retiradas em fevereiro deste ano, mas desde janeiro de 2022 foi afastado pelo clube inglês e recentemente emprestado ao Getafe.

Com a decisão do corte tomada, Fernando Diniz ligou para Antony para informá-lo. Os dois têm relação próxima desde que trabalharam juntos no São Paulo em 2020, e o treinador, por sinal, foi responsável por dar mais oportunidades ao jovem que vinha de destaque na Copa São Paulo.

O jogador e seu staff entenderam a situação e reconheceram que, diante da proporção que o caso tomou nesta segunda-feira, a decisão se fez necessária. Após o contato telefônico, a CBF divulgou a desconvocação e o chamado de Gabriel Jesus, do Arsenal.

 

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