Julgamento pode afastar Gabigol do futebol por até quatro anos; entenda

Gabigol, do Flamengo, será julgado a partir das 14h desta segunda-feira pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antipoding (TJD-AD). O atleta foi denunciado por supostamente ter imposto dificuldade na realização de um exame em abril do ano passado. De acordo com a procuradoria, o jogador tentou impedir o controle e atrasou as coletas de sangue e urina. E tentou esconder a genitália na hora de urinar no pote e foi agressivo com os oficiais responsáveis pelo exame.

O julgamento começou na semana passada, com testemunhas sendo ouvidas, mas foi interrompido pelo avançar da hora. Nesta segunda serão ouvidas a procuradoria, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e em seguida a sua defesa. Por fim, os auditores do pleno irão proferir os seus votos.

A decisão dos auditores pode ser em três sentidos. O jogador pode ser absolvido, condenado até quatro anos de suspensão ou receber uma advertência caso os julgadores mudem o entendimento dado pela procuradoria.

O desfecho mais simples e mais favorável é a absolvição. Caso isso aconteça, Gabigol seguirá sua vida normalmente. Pesa a seu favor o fato de ele já ter feito outro exame em dezembro e todo o procedimento ter sido cumprido normalmente.

Porém, caso condenado, ele pode ser afastado dos gramados por um bom tempo. O jogador foi denunciado no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem (CBA), cuja pena prevista é de dois a quatro anos de suspensão.

Se esse cenário prevalecer, sua defesa tem duas hipóteses previstas. A primeira e imediata é solicitar um efeito suspensivo ao Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça. O objetivo com isso é pedir que a decisão seja suspensa até que o recurso seja julgado. A decisão para este pedido demora, em média, uma semana. O segundo movimento é o recurso em si, que costuma ser julgado em sete ou oito meses.

A terceira hipótese, que é a advertência, pode ser aplicada caso os auditores entendam que Gabigol deveria ter sido denunciado em outro artigo. O CBA não prevê em nenhum artigo a pena de suspensão, mas os auditores podem fazer associação ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), onde sim, a suspensão é prevista. Nessa situação, ele estará liberado para jogar, mas terá uma anotação em sua ficha.