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06/12/2023 18:14
Polícia

Alexandre Pires teria se trancado em cabine de navio durante operação da PF, diz site

Cantor foi alvo da Operação Disco de Ouro, que investiga um esquema que teria movimentado R$ 250 milhões com o garimpo ilegal
O cantor Alexandre Pires foi alvo de uma operação da PF / Foto: Reprodução/Instagram/@alexandrepires_
Redação com Terra

Alexandre Pires é investigado por suspeita de envolvimento de esquema de financiamento e logística do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. De acordo com a coluna Na Mira, do Metrópoles, o cantor teria se escondido em uma cabine do cruzeiro atracado no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, onde ocorreu um de seus shows.

A Operação Disco de Ouro foi deflagrada na última segunda-feira, 4, pela Polícia Federal. O empresário dele, Matheus Possebon, foi preso preventivamente ao desembarcar do Navio Alexandre Pires. As fontes ouvidas pela coluna do site informaram que as equipes da PF tiveram que aguardá-lo sair da cabine, e que a atitude possivelmente foi motivada pelo medo de ser preso. 

Pires teve seu celular apreendido. Segundo a PF, que não divulgou quem seriam os investigados, o cantor teria recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada, e o empresário seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes. A defesa dele nega.

 

"O cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena. Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística. Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome", diz a nota assinada pelo advogado criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso.

A equipe jurídica do cantor acrescenta que será comprovado, no decorrer das investigações, que Alexandre Pires "jamais cometeu qualquer ilícito". A Opus Entretenimento, empresa que gerencia a carreira de Alexandre, também comentou o caso. Por meio de nota, disse que "desconhece qualquer atividade ilegal supostamente relacionada a colaboradores e parceiros da empresa."

"Em relação a Alexandre Pires, uma das grandes referências da música brasileira, a Opus, responsável pela gestão de sua carreira, manifesta sua solidariedade ao artista, confiando em sua idoneidade e no completo esclarecimento dos fatos", diz trecho do texto.

O Terra procurou a assessoria do cantor para uma nova manifestação, mas até o momento, não teve retorno. O espaço permanece aberto.

Entenda o caso

Alexandre Pires e seu empresário, Matheus Possebon, foram alvos de uma operação da PF, batizada de "Disco de Ouro", que investiga um esquema de financiamento e logística do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Segundo a PF, o esquema teria movimentado mais de R$ 250 milhões.

A PF cumpriu dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). Também foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos.

A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita, extraídas da Terra Indígena Yanomami, foram encontradas na sede de uma empresa investigada e estariam sendo preparadas para serem enviadas para o exterior.

 

O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita, retirada ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, mas declarada como originária de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA) e supostamente transportada para Roraima para tratamento. As investigações apontam que tal dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o minério teria origem no próprio Estado de Roraima.

Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e "laranjas" para encobrir movimentações fraudulentas.

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