Mesmo sem possuir um único veículo, a empresa que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) em Alagoas, nesta quinta-feira (3), ganhou uma licitação do município de Estrela de Alagoas na ordem de R$ 12,9 milhões para locar veículos e máquinas pesadas para o município entre os anos de 2013 e 2015. A informação foi revelada pelo delegado Luciano Patury, em entrevista à TV Gazeta.
Segundo Patury, sem veículos e sem sede. Ele revelou que a empresa servia apenas para emitir notas fiscais de serviços que nunca foram prestados. Na verdade, de acordo com a PF, o serviço era precariamente prestado por particulares do próprio município, que locavam os seus veículos a um custo muito menor do que aquele que fora contratado, em veículos impróprios para tal fim.
O delegado revelou que dos R$ 12,9 milhões pagos pelo serviço, R$ 9,9 milhões foram sacados "na boca do caixa" e "pulverizados" para contas de pessoas e empresas "laranjas". Patury contou que as investigações começaram após a PF receber 5 relatórios do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeira (COAF) que apontavam movimentações financeiras suspeitas.
De acordo com a PF, estão envolvidos no esquema "agentes públicos do município de Estrela de Alagoas, que agiam em conluio com supostos empresários, contadores, laranjas". Os recursos eram desviados do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), Programa Nacional do Transporte Escolar (PNATE) e Sistema Único de Saúde (SUS).
A Operação foi denominada Aurantium, que faz alusão ao significado em português, que seria laranja-azeda ou amarga, relacionando-se com o modus operandi utilizado pelos investigados para desviar e ocultar os recursos públicos federais através de interpostas pessoas, popularmente conhecidas como "laranjas".
Ao todo, foram cumpridos 35 (trinta e cinco) mandados judiciais de busca e apreensão nos municípios de Estrela de Alagoas, Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Feira Grande, Coqueiro Seco, Tanque D´arca, Colônia Leopoldina e Barra de São Miguel, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Questionada sobre a operação e se foi alvo dela, a deputada estadual Ângela Garrote, ex-prefeita e mãe do atual ex-prefeito de Estrela de Alagoas, respondeu por meio da assessoria de imprensa que "está à disposição, confia na justiça de Deus e espera o esclarecimento dos fatos o mais rápido possível".
Confira a nota na íntegra:
A respeito da operação de busca e apreensão desencadeada nesta quinta-feira (03/09) na Prefeitura de Estrela de Alagoas é importante esclarecer que a deputada Ângela Garrote não foi alvo da operação. Não houve mandado de prisão e ninguém foi levado coercivamente. Somente busca e apreensão de documentos nas Secretarias do município.
Por fim, cumpre destacar que a deputada está à disposição, confia na justiça de Deus e espera o esclarecimento dos fatos o mais rápido possível.
Fonte: Gazeta Web
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