A festa dos torcedores do Fluminense e do Boca Juniors, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi interrompida por uma briga e muita confusão entre os dois grupos. O clima na região era tranquilo e sem ocorrências até o fim da tarde desta quinta-feira (2).
Contudo, por volta das 17h, imagens registraram alguns tumultos na orla. Segundo a Polícia Militar (PM), dois torcedores argentinos foram detidos.
"Dois torcedores argentinos foram detidos, na Praia de Copacabana, na tarde hoje, após se envolverem em um tumulto na faixa de areia. Policiais do #RECOM e do #19BPM agiram rápido e conduziram a ocorrência para registro na delegacia da região", dizia a nota da PM.
Em um dos vídeos que o g1 teve acesso é possível ver um grupo grande de torcedores do Fluminense se deslocando do calçadão para a areia da praia, na altura do Posto 5, onde se reuniam dezenas de torcedores do time argentino.
Em outro ponto, próximo ao Posto 2, outra confusão foi registrada. No local, um homem foi filmado chutando um torcedor rival que estava caído.
Desde cedo, uma multidão de torcedores do Boca Juniors se reuniu na altura do Posto 5, da praia de Copacabana. A região é um ponto de encontro às vésperas do jogo do clube contra o Fluminense pela final da Libertadores da América, que vai ocorrer no sábado (4), no Maracanã.
Segundo turistas que estavam no local, o maior volume de torcedores argentinos que vêm em caravanas para a partida começou a chegar nesta quinta-feira (2), Dia de Finados. A maior parte se concentrou na frente do Rio Othon Palace, onde a segurança está reforçada. O grupo cantou e exibiu bandeiras durante a tarde.
Na segunda-feira (30), uma turista levou uma cadeirada na cabeça após confusão com torcedores do Fluminense - três foram detidos.
Nesta quinta, alguns torcedores tricolores também se concentraram em frente ao Fun Fest - no Posto 2.
Comerciantes reclamam do baixo consumo
Apesar da grande presença de argentinos na Praia de Copacabana nos últimos dias, os comerciantes da região não estão muito satisfeitos.
Segundo os trabalhadores entrevistados pelo g1, a grande parte dos torcedores do Boca faz compras em mercados e não consomem as mercadorias vendidas na praia.
"Tá fraco. Pode ver aí. Eles chegam em grupo grande, com isopor de cerveja, com refrigerante 2 litros e não gastam mais nada", comentou um vendedor de mate e queijo coalho.
Para o venezuelano Luiz Salgado, que esperava que a presença dos argentinos fosse salvar o feriado de trabalho, esse foi o último dia que ele levou seu carrinho de suco de laranja para Copacabana.
"Eu vendo no Centro do Rio. Um dia normal lá eu levo 10 sacos de laranja e acaba tudo. Hoje a praia tá lotada e eu não vendi nenhum saco", comentou o vendedor.
"Amanhã eu nem venho pra cá. Vou ficar no Centro", completou Luiz.
Nem mesmo as barracas que vendem cerveja estão fazendo sucesso com os torcedores do Boca.
Para outro comerciante, as dificuldades econômicas que o país vizinho enfrenta são a explicação para o baixo consumo dos argentinos no Rio.
"Eles lá estão 'tudo' duro. Vieram pra cá sem hotel, sem ingresso. Ai ficam na praia sem gastar nada. Eu já sabia que não ia ser bom de venda", disse o comerciante Antônio Araújo.
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