Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram Erika Nunes, 43, levando Paulo Roberto Braga, 68, duas vezes a um banco logo após o idoso receber alta de uma Unidade de Pronto Atendimento em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, na segunda-feira (15). Segundo informações de prontuário médico obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, Paulo precisou de oxigênio entre os dias 8 e 15 deste mês.
Ainda de acordo com o prontuário, “o paciente estava taquicardíaco, com frequência cardíaca de 97 batimentos por minuto, saturação de oxigênio no sangue periférico de 95%, disártrico e com dificuldade para deglutir”, segundo informações do laudo pericial do Instituto Médico Legal.
Imagens de circuitos de segurança registraram o idoso entrando em uma agência em uma cadeira de rodas e gesticulando com dificuldade. A solicitação do empréstimo havia sido realizada previamente no dia 25 de março, por meio do celular. Era necessário que Paulo fosse até uma agência pessoalmente para retirar a quantia ou solicitar a transferência para uma conta nominal. Até o momento, não há informações sobre o motivo da falta de concretização do empréstimo.
Como não obteve sucesso no primeiro dia, no dia seguinte, Erika levou o idoso a outra agência, onde a gerente, após constatar que ele estava apático, acionou o Samu e a polícia. Segundo informações, neste dia, um mototaxista ajudou a retirar Paulo de casa e colocá-lo no carro de aplicativo para ir à agência bancária em Bangu.
Em depoimento à polícia, o mototaxista afirmou que o idoso estava debilitado, mas “respirava e tinha força nas mãos”. Uma segunda testemunha ouvida pela polícia também afirmou que o idoso estava vivo momentos antes de ser filmado, já sem reação, na agência bancária, ao lado de Erika.
Segundo laudo do IML, Paulo morreu entre as 11h30 e às 15h20 de terça, portanto, não é possível afirmar se ele morreu antes de entrar na agência bancária para onde foi levado ou se faleceu quando já estava no local. “É indiferente se ele morreu dentro ou fora do banco. O fato é que ela, vendo que ele já não respondia a estímulos, insistia no empréstimo, segurava a caneta para ele assinar. Isso caracteriza a fraude”, disse o delegado Fábio Souza, que investiga o caso.
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