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29/08/2024 17:04
Polícia

Patroa é presa suspeita de explorar sexualmente e matar babá do filho em Manaus

Geovana Costa Martins, de 20 anos, foi encontrada morta em uma área de mata no dia 20 de agosto, com sinais de espancamento
Polícia prendeu Kamila Barroso como principal suspeita na morte de Geovana Costa Martins, de 20 anos, que era babá do filho dela / Foto: Reprodução
Redação com Terra

A Polícia Civil prendeu Kamila Barroso, na noite desta quarta-feira, 18, como principal suspeita na morte de Geovana Costa Martins, de 20 anos, que era babá do filho dela. O crime ocorreu em Manaus (AM) e as investigações apontam que a patroa também ameaçava e explorava sexualmente da vítima.

 

A jovem foi encontrada morta no dia 20 de agosto, com sinais de espancamento, em uma área de mata do bairro Tarumã, zona oeste, e o seu corpo foi identificado por familiares no domingo, 25.

 

O caso é investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e, segundo a delegada Marília Campello afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 29, Kamila é suspeita de usar o imóvel em que morava com Geovana como ponto de prostituição.

"Ela explorava sexualmente essa vítima", afirmou a delegada, mencionando que Geovana era forçada a realizar programas sexuais.

Segundo a delegada, a jovem começou a trabalhar para a suspeita como babá, mas depois foi "aliciada, atraída por uma vida de balada, de bebida". No entanto, pouco tempo depois a patroa teria passado a obrigá-la a permanecer em sua casa, impedindo-a de sair.

A residência de Kamila, descrita como uma "casa de massagem", não era apenas o local de trabalho de Geovana, mas também onde outras meninas, segundo apontam as investigações. Contudo, a vítima era a única que vivia permanentemente na casa e era mantida em isolamento.

Segundo a delegada, a patroa impedia Geovana de manter qualquer tipo de relação, inclusive com seu ex-namorado. Em depoimento, o rapaz confirmou que a suspeita não permitia que a jovem se relacionasse "nem com ele, nem com ninguém de fora", pois queria mantê-la praticamente em cárcere.

A delegada também mencionou que, sempre que a vítima pensava em sair da casa, Kamila a lembrava de que estava em dívida e precisava trabalhar mais para pagá-la. Além disso, a investigada afirmava para a vítima que teria sido esposa do criminoso Mano Kaio, considerado um dos líderes do tráfico de drogas no Amazonas e foragido no Rio de Janeiro, para deixá-la com medo.

 

"Tínhamos pressa de realizar essa prisão porque a Kamila tinha passagem marcada para a Europa. A família dela, a mãe, tios, moram na França, inclusive. A Geovana já tinha tirado o passaporte também, agora em junho. Então, provavelmente, haveria aí essa situação de levar a Geovana pra fora. A Kamila já foi presa tentando embarcar com drogas. Então, provavelmente, a Geovana serviria também de mula, além de ter que se prostituir fora do país", afirmou a autoridade policial.

A Polícia Civil também encontrou uma foto de Geovana com sinais evidentes de tortura. Essa foto, segundo Marília, foi tirada na casa onde a babá foi mantida e posteriormente morta "A motivação [do crime] nós não temos como falar agora, porque ela nega que tenha praticado o crime", explicou a delegada, mas enfatizou que há indícios suficientes para a prisão da patroa da vítima

Ainda segundo as investigações, o carro utilizado para transportar o corpo da babá foi encontrado na posse de Kamila e de outro suspeito, Eduardo Gomes da Silva, que tem um mandado de prisão em aberto por outra acusação. Agora ele também é procurado por envolvimento nesse crime.

A delegada ainda levantou questões sobre o comportamento frio de Kamila. "Outra situação que chama a atenção da polícia é a desfaçatez dessa suspeita. Ela vai fazer o boletim de ocorrência com a mãe, fingindo que está aparando a mãe, vai fazer o boletim de desaparecimento, ela vai no velório, ela chora, ela diz que é uma segunda mãe da Geovana e infelizmente, no final, ela é realmente a grande suspeita", disse a autoridade policial. 

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