A defesa do policial militar apontado como executor da morte do dono de um mercadinho no Sertão de Alagoas nega que o suspeito tenha atirado e matado a vítima. A Polícia Civil investiga se o assassinato tem cunho político. O PM da reserva foi preso nessa quarta-feira (8). No mesmo dia, a segunda pessoa apontada como participante do crime foi morta e a polícia acredita se tratar de crime político.
O crime aconteceu em Estrela de Alagoas, no Sertão, enquanto a vítima estava sentada em frente ao mercadinho de onde ela era dona. O assassinato de Sérgio Silva dos Santos foi registrado em dois ângulos por câmeras de videomonitoramento instalada na parte externa do mercadinho.
As imagens mostram que dois homens chegam em um gol prata, descem armados e atiram contra Sérgio. O advogado do policial, Napoleão Lima Júnior disse, em entrevista à imprensa, que o PM não tem nenhuma relação com o crime.
Ele argumenta que as características físicas do policial não têm semelhança com as do homem que aparece nas imagens.
"Posso dizer, em absoluto, que o meu cliente não tem nada a ver com esse caso. Primeiro que as imagens divulgadas pela própria polícia demonstram que esse atirador não tem a estatura semelhante a estatura do policial que foi preso. A compleição física é totalmente distinta", afirma o advogado.
Napoleão também argumenta que a forma como o homem que aparece nas imagens apontado como sendo o policial teria agido de maneira "amadora".
"O modus operandi dos dois executores indica que são pessoas amadoras, não é um pessoa que é policial militar, que tem uma forma de agir diferente. Por esses elementos todos, trazidos pela própria polícia, levam a crer que de fato não foi o policial", reforça.
O advogado afirma que irá apresentar provas de que o policial estava em outra localidade no dia e hora do acidente.
"Podemos afirmar e iremos comprovar, que o policial estava em local distinto no momento da infração. Com certeza posso afirmar que o meu cliente de maneira nenhuma executou essa pessoa", complementou.
O crime
Sérgio, no dia 7 de agosto, estava sentado em frente ao estabelecimento, quando chegou um veículo gol, com Pedrinho, que dirigia o carro, e o PM. As imagens mostram que os dois efetuaram os disparos que mataram Sérgio.
"Um dos suspeitos entrou no estabelecimento, tentou subtrair o equipamento de imagem para que não ficasse nada registrado; no entanto, ele não conseguiu subtrair os equipamentos e a polícia teve acesso a todas as imagens do crime", afirma Igor Diego Vilela. Após o crime, os dois fugiram.
Nesta semana, a polícia estava em busca do Pedrinho. No entanto, ele foi morto a tiros em Riacho Doce, região Norte de Maceió. O delegado da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) , Igor Vilela, informou que os dois crimes estão sendo investigados pela mesma delegacia, já que há indícios de que estejam conectados. Para a polícia, Pedrinho foi morto como queima de arquivo. "Estamos com a principal linha de investigação que se trata de um crime político", finaliza o delegado.
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