A Polícia Civil (PC) de Alagoas desarticulou, nesta quinta-feira (25), uma organização criminosa especializada em aplicar golpes em agências bancárias. Cinco pessoas da Paraíba, que percorriam os estados de Alagoas, Pernambuco e Bahia, para o cometimento dos crimes, foram presas em flagrante na capital João Pessoa-PB, no momento em que as equipes policiais se deslocavam até o interior do estado para o cumprimento dos mandados. No momento da prisão, o grupo estava em posse de 46 cartões furtados das vítimas.
A polícia ainda não tem um número exato de pessoas que devem ter sido vítimas do grupo, mas como os criminosos atuavam em vários estados do Nordeste, em especial no período em que o público mais vulnerável - como os idosos - recebia a aposentadoria, acredita-se que muitas dezenas de pessoas tenham sido vítimas.
De acordo com o delegado Thales Araújo, as investigações começaram há cerca de dois meses, após os bandidos aplicarem um golpe em uma agência situada no bairro da Pajuçara, em Maceió. Três deles foram identificados inicialmente e começaram a ser rastreados. Durante as investigações, outras duas pessoas foram identificadas, resultando nas cinco prisões desta quinta-feira.
"Eles são especialistas nesse tipo de crime. Escolhem pessoas idosas ou que eles percebam que têm dificuldade de operar caixas eletrônicos e, utilizando diversas estratégias diferentes, como observar a senha, provocar um esbarrão para fazer a troca de cartões, distrair a vítima que está efetuando um saque para que outro integrante do grupo faça a troca, eles praticavam os crimes. Eles são da Paraíba e costumavam sair do estado na época de recebimento de aposentadoria para aplicar os golpes em outros locais, inclusive em Alagoas", afirmou o delegado.
Segundo o delegado Daniel Mayer, que também participou da Operação Clone, deflagrada nesta quinta-feira, as equipes policiais estavam seguindo para o município de Guarabira, no interior da Paraíba, quando se depararam com o grupo atuando em uma agência bancária de João Pessoa, onde os cinco acusados foram presos.
Para a polícia, trata-se de um grupo extremamente especializado nessa prática criminosa. "Eles chegaram a recrutar o dono de uma gráfica e imprimiam papéis com logomarcas de bancos e com um número de telefone que, supostamente, seria da Central de Atendimento da agência, mas na verdade continha o número da organização criminosa. Esses papéis eram colados nos caixas eletrônicos nos momentos de menor movimento", diz Daniel Mayer.
Agora, a Polícia Civil de Alagoas aguarda alguns materiais apreendidos e que estão na PC da Paraíba para que as investigações possam ter continuidade, tendo em vista que mais suspeitos devem integrar o grupo criminoso. A operação ganhou o nome de Clone pelo fato de estar sendo investigada a possibilidade de o grupo ter clonado alguns dos cartões furtados.
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