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23/09/2022 14:51
Polícia

Sequestrador usou arma de brinquedo para manter reféns em BH, diz PM

O suspeito teria gastado cerca de R$ 1,8 mil na compra
Leandro Pereira segue internado no Hospital João XXIII após tomar tiro de sniper / Foto: (Reprodução/Redes sociais)
Redação com BHAZ

A arma usada por Leandro Pereira, que manteve uma criança de sete anos e um jovem de 23 em cárcere privado por mais de 15 horas no Parque São Pedro, em BH, é uma réplica. A informação foi confirmada ao BHAZ pela Polícia Militar na manhã desta sexta-feira (23).

Um familiar de Leandro também entrou em contato com o BHAZ e afirmou que a arma usada no crime foi uma airsoft. O suspeito teria gastado cerca de R$ 1,8 mil na compra.

Em contato com a reportagem, a Polícia Militar detalhou que Leandro tirou a sinalização laranja que caracteriza armas falsas, na intenção de conferir maior veracidade à aparência do objeto.

‘Não faz diferença’

A delegada Fabíola Oliveira, responsável pela investigação, pontua que a Polícia Civil ainda não periciou o revólver.

“A arma ser verdadeira ou não, nesse caso, não faz tanta diferença, porque é ameaça. De longe, uma arma e uma airsoft se confundem. A gente não pode pagar pra ver”, disse em entrevista ao BHAZ.

Fabíola explica que o rapaz de 23 anos já prestou depoimento à polícia. “Quando eles chegaram, o Leandro já estava lá, ele tinha invadido a casa e estava esperando por eles. Durante um tempo, eles tentaram manter os dois sempre em um quarto, para tranquilizar, mas chegaram a ficar em quartos separados”, continua.

“Ele falou que, a todo momento, o Leandro estava bem alterado e direcionava a raiva e insatisfação à mãe da criança. Não foi uma estadia agradável, óbvio, porque a pressão psicológica foi muito grande. Mas, a todo momento, ele direcionava esse ódio à mãe, que, por um descuido dele, conseguiu fugir”.

Sequestrador segue no hospital

A criança conseguiu dormir e as duas vítimas foram alimentadas, segundo conta a delegada. No entanto, Leandro estava sempre com arma em punho e ameaçou os reféns. “Ele chegava, levava a criança até a porta pra negociar com os policiais com a arma apontada para a criança. Então a violência sempre aconteceu”.

O rapaz de 23 anos dispensou atendimento psicológico, mas o menino foi encaminhado ao hospital com a mãe, que inclusive passou mal. Leandro segue intubado e sedado no Hospital João XXIII.

A Polícia Civil ainda deve ouvir mais pessoas. A criança e mãe estão com os familiares e precisaram ser medicados devido ao abalo psicológico. A mulher ainda não prestou depoimento.

Entenda

Leandro Pereira, de 39 anos, manteve o filho da ex-companheira e um amigo próximo dela reféns em uma casa no Parque São Pedro, da noite dessa quarta-feira (21) até a manhã de ontem (22).

O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e outras equipes locais tentaram negociar desde o início do sequestro. A mãe da criança, que é prima de primeiro grau de Leandro, conseguiu fugir no momento da abordagem.

O homem foi baleado pela Polícia Militar por volta das 10h após manter as vítimas em cárcere privado. Familiares relataram à reportagem que Leandro não aceitou o fim do relacionamento de oito anos com a ex (veja aqui).

Crime em 2008

Leandro foi condenado e preso por matar uma ex-companheira em 2008. Ele cumpriu oito anos, da pena de 14 anos, em regime fechado. Em nota ao BHAZ, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais) confirma que Leandro ficou preso de 26 de junho de 2008. Em 2 de maio de 2011, foi condenado a 14 anos e continuou preso.

Já em 16 de junho de 2016, foi para o regime domiciliar e ficou nessa condição até novembro daquele mesmo ano, quando obteve livramento condicional. A pena foi cumprida em 11 de fevereiro de 2022.

Na época, o crime chocou e teve grande repercussão pela crueldade. Após asfixiar a ex-namorada, ele teria tirado as roupas dela e colocado um rato na boca da vítima.

Em coletiva de imprensa na manhã de ontem, a porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, Major Layla Brunnela, falou sobre o crime. “Fim de relacionamento que ele não aceitou. Torturou e colocou animais peçonhentos na boca da ex-mulher. Foi com requintes de crueldade”, disse.

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