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20/10/2022 15:42
Polícia

Viúva confessa ter colocado sedativo em suco de motorista de app

As investigações continuam, com análise de quebra de dados telefônicos dos dois
Câmeras mostram viúva de motorista de aplicativo deixando o lugar do crime a pé / Foto: Reprodução
Redação com Extra

 Após ser presa por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) por homicídio qualificado e ocultação de cadáver do companheiro, o motorista de aplicativo Alberto de Oliveira Gomes, Andreia Ramos Cortes confessou participação nos crimes. Informalmente, a viúva narrou ter colocado no suco da vítima um medicamento que inibe as funções do sistema nervoso central e permite alguma sedação e a deixado, desacordada, em uma área de mata fechada, no Alto da Boa Vista.

Já o outro acusado, Marcos Felipe , que é pai de santo num terreiro de umbanda, disse que não tem ligação com o crime. Em depoimento, afirma que só participou como um álibi de Andreia, afirmando que ela estaria em seu centro, em Tomás Coelho, no dia do desaparecimento. O corpo foi encontrado oito dias depois, já em adiantado estado de decomposição.

— Ele (Marcos Filipe) prestou depoimento, negou a participação no crime e disse que a única participação foi reforçar um álibi que a Andreia teria dado aqui na delegacia: no dia do suposto desaparecimento eles estariam juntos. Quando, na verdade, ficou bem provado que a Andreia estava com seu companheiro, a vítima, na ocasião. Ele sustentou a história trazida por ela, que a Andreia estava no centro de umbanda em Tomás Coelho — explicou Alexandre Herdy, titular da Delegacia de Homicídio.

Pouco antes das 14h desta quinta-feira, Marcos Filipe Santana de Oliveira foi levado da Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, para prisão em Benfica. Já Andreia Ramos Cortes segue prestando depoimento na unidade.

As investigações continuam, com análise de quebra de dados telefônicos dos dois, de acordo com Herdy, com prazo de 30 dias, e chance de prorrogação por mais 30.

Viúva diz que planejou crime com pai de santo
Foi Andreia quem encontrou o corpo de Alberto, no Alto da Boa Vista, acompanhada de outras pessoas. O delegado afirma que Marcos Vinicius estava com ela neste dia, mas até o momento não se pode afirmar que ela teria tido ajuda de terceiros no dia da morte.

— Não podemos precisar se teve ajuda, mas é possível que tenha feito só. O relato que ela nos passou informalmente bate com nossas informações. O carro da vítima passa subindo o alto da Boa Vista, 21h49. Dez minutos depois, ela desce sozinha. É possível que ela tenha feito só, mas não vemos razão para ela envolver uma segunda pessoa no crime, justamente alguém que tinha uma boa relação com ela, uma vez que a pena dela não vai mudar lá na frente. Ela ter planejado e executado parte do crime não vai beneficiá-la.

Na delegacia, Andreia relatou ainda que o planejou o crime com Marcos Filipe Oliveira Santana, contra quem também foi cumprido um mandado de prisão temporária. Segundo a viúva, ele a estaria pressionando a fazer seguros de vida em nome de seu companheiro, realizar o pagamento das mensalidades e o matar para que dividissem o valor das duas apólices, que somam R$ 600 mil. O combinado seria, após o corpo de Alberto ser deixado por ela no lugar marcado, ele terminaria o “serviço”.

Imagens de câmeras da região obtidas pelo EXTRA mostram o momento que o carro de Alberto chega até a Estrada da Vista Chinesa, na noite de 26 de setembro. Minutos depois, Andreia aparece nos vídeos deixando o local a pé. Em depoimento, ela contou ter estudado em um colégio particular na região, durante a adolescência, e não frequentar o local há cerca de 30 anos.

Durante a investigação, dois irmãos, que trabalham como caseiros próximo desse ponto, também foram identificados pelos agentes. Na DHC, um deles contou ter visto, naquela noite, um carro parado no local com um senhor sentado no meio-fio e uma mulher loira em pé. O funcionário teria oferecido ajuda, colocado o homem dentro do veículo e sido informado por ela que ele, que aparentava estar grogue, estava bêbado.

O outro caseiro afirmou ter visto, horas mais tarde, o carro que seu irmão mencionou abandonado na rua, tendo sido rebocado dias depois. Ele também contou ter presenciado, no dia 4 de outubro, outro veículo parar no mesmo lugar, onde desembarcaram três homens e uma mulher loira. Enquanto dois deles desceram a mata com cordas, ela gritava: “Encontraram?”. Como estava a cerca de 30 metros do local, ele percebeu depois não ter havido demonstração de tristeza diante da localização do cadáver. Ambas as testemunhas reconheceram Andreia em fotos apresentadas na delegacia.

Bombeiros lotados no quartel do Alto da Boa Vista e responsáveis pela ocorrência relataram que, após serem abordados por Andreia em 4 de outubro, foram até o local onde havia sido localizado o corpo de Alberto. Chegando lá, os militares contaram que um homem negro, de aproximadamente 40 anos, afirmou que o encontro do cadáver se deu com o auxílio de uma “pomba gira”, que lhe indicara onde procurar.

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