A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, 56 anos, tentou vetar por completo a presença de jornalistas no tradicional coquetel no Palácio do Itamaraty na noite da posse presidencial (1º.jan.2023). No final, prevaleceu o entendimento que profissionais da mídia deveriam ser convidados, como é praxe nesses eventos.
Para Janja, jornalistas no coquetel (o Poder360 apurou que foram cerca de 3.000 convidados) poderiam constranger parte dos presentes, que não se comportariam de maneira espontânea nesse tipo de evento. Esse tipo de cerimônia, no entanto, tem caráter político e não tem a ver com uma reunião entre amigos.
Segundo apurou o Poder360, foram convidados cerca de 3 dezenas de jornalistas diretamente pelo comando da campanha de Lula. Todos os nomes foram levados a Janja, que quis saber com antecedência quem seriam os profissionais de mídia presentes.
Nesses coquetéis, os ministros e outras autoridades têm influência para distribuir convites. No caso dos profissionais do Poder360 (jornal digital líder de audiência entre veículos especializados e nativos digitais), que não foram convidados pelo comando da campanha de Lula, os convites vieram por parte de outras autoridades que fazem parte do governo petista.
A tentativa de Janja de limitar a participação de jornalistas no coquetel incomodou petistas e aliados. Seria inédito vetar a presença dos profissionais. Por isso, houve a reavaliação da decisão e optou-se por liberar a presença.
Os incômodos com a influência de Janja no dia a dia político de Lula e no entorno do presidente surgiram já na pré-campanha eleitoral. Ela participa de reuniões políticas e ajuda a tomar decisões. Na semana anterior à posse, por exemplo, ela pressionou as forças de segurança pública de Brasília para que os bolsonaristas acampados em frente ao Quartel General do Exército, na capital, fossem retirados do local a qualquer custo.
Houve, no entanto, a avaliação de que uma expulsão poderia piorar a situação e inflamar os manifestantes às vésperas da posse presidencial.
Janja foi a coordenadora do grupo que planejou as cerimônias da posse presidencial. Ela centralizou as decisões e, com isso, acabou causando ruídos com outros envolvidos na organização. Foi dela a ideia do Festival do Futuro, shows realizados na Esplanada dos Ministérios com artistas que apoiaram a eleição de Lula. O evento ficou conhecido nas redes sociais como “Lulapalooza”, em referência ao tradicional festival Lollapalooza.
Foi da primeira-dama também a ideia de que a faixa presidencial fosse passada a Lula por representantes da sociedade brasileira. A inovação foi um dos principais marcos da cerimônia de posse do petista. As duas iniciativas foram consideradas um sucesso por aliados de Lula.
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