O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já iniciou a articulação com as bancadas partidárias da Casa para tentar se reeleger ao posto. Até agora, o deputado recebeu o apoio de pelo menos dez partidos para a eleição que ocorre em fevereiro de 2023, quando os novos parlamentares tomarão posse.
As siglas que anunciaram a intenção de votar em Lira elegeram 194 deputados neste ano. O presidente da Câmara conseguiu montar uma base com partidos que terão bancadas numerosas no ano que vem. Além do próprio PP, que vai ocupar 47 cadeiras da casa em 2023, ele conta com o respaldo de União Brasil e Republicanos, que contarão com 59 e 41 deputados, respectivamente.
As demais legendas que sinalizaram apoio a Lira são PDT (17 deputados), Podemos (12 deputados), PSC (6 deputados), Patriota (4 deputados), Solidariedade (4 deputados), Pros (3 deputados) e PTB (1 deputado).
"A bancada definiu que irá apoiar a reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que reúne condições para garantir a estabilidade que a Casa precisa para votar projetos importantes nos próximos dois anos", informou o Republicanos, em nota.
"Confiamos na sua imparcialidade e na sua defesa do nosso Poder Legislativo, das instituições e, por consequência, do Estado Democrático de Direito", ressaltou o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE).
O presidente da Câmara ainda dialoga com o PL, que terá a maior bancada da Câmara no ano que vem — 99 deputados. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, concorda em apoiar a reeleição de Lira desde que o deputado ajude o PL na disputa pela presidência do Senado.
"Vamos apoiar o Arthur Lira, mas com a garantia de que ele nos ajude e trabalhe para eleger o nosso candidato do Senado. Nós queremos ter o presidente do Senado. Não é possível que o PL não tenha a presidência de uma das casas."
PT e PSB
A base de Lira também será formada por partidos de esquerda, como PT e PSB, que devem confirmar nesta terça-feira (29) o apoio à recondução do deputado à presidência da Câmara.
De acordo com parlamentares ouvidos pela reportagem, junto ao PT acompanham a decisão os demais partidos da federação, PV e PCdoB. A atual bancada petista na Câmara e a que se elegeu neste ano se reúnem, às 14h, para bater o martelo. Inicialmente, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participa do encontro.
O anúncio deve ser feito na sequência, em conjunto com lideranças do PSB pela equipe de transição, como mais uma maneira de mostrar alinhamento entre a chapa Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
A aliança serve como uma importante moeda de troca para a equipe de transição que precisa aprovar a PEC do estouro, já que existe um compromisso por parte do presidente da Câmara em dar celeridade à tramitação da proposta assim que ela passar pelo Senado.
Uma das contrapartidas apresentadas pelo PT para apoiar Lira é que o partido fique com o comando da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), a principal da Câmara. Apesar disso, a concorrência deve ser forte, pois o PL também quer a presidência do colegiado.
A votação para a presidência da Câmara ocorrerá em 1º de fevereiro do ano que vem. É necessário um quórum mínimo de 257 deputados para que a eleição aconteça. Para vencer em primeiro turno, o candidato precisa dos votos da maioria absoluta dos parlamentares presentes. Se for necessário, é realizado um segundo turno de votação.
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