O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu nesta terça-feira (24) o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar o afundamento do solo provocado pela mineração realizada pela Braskem que levou à desocupação de cerca de 14 mil imóveis em cinco bairros de Maceió.
O pedido para criação da CPI foi apresentado em setembro pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O objetivo é apurar possível omissão da petroquímica em relação ao problema causado pela mineração.
Com a leitura do requerimento nesta noite, a CPI da Braskem está oficialmente criada, faltando apenas a publicação no Diário Oficial da União.
A etapa seguinte, que não precisa ser cumprida nesta terça, é os partidos indicarem membros para a comissão. A CPI será formada por 11 senadores titulares e sete suplentes.
Por meio de nota, a Braskem informou que "vem implementando ações para resolver o tema de forma definitiva e em conformidade com os acordos assinados com as autoridades competentes. Estão sendo realizadas ações junto às comunidades dos bairros afetados e diálogos constantes com todos os envolvidos".
Investigação e consequências do afundamento do solo
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a instabilidade no solo em bairros de Maceió foi resultado de décadas de extração de sal-gema (minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC) feita pela empresa petroquímica Braskem S.A.
Os primeiros reflexos da mineração foram sentidos mais fortemente em 2018, após fortes chuvas na capital. Das crateras subterrâneas abertas, surgiram rachaduras em ruas, prédios e casas, criando verdadeiros bairros fantasmas.
Cerca de 55 mil pessoas tiveram que deixar suas moradias e seus negócios nos bairros Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol.
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