Penedo será o destino principal para quem gosta de música. Todos os espaços da cidade serão tomados por cânticos, sons de instrumentos musicais, feiras, lançamento de livros e muita cor.
Diversas atrações alagoanas, nacionais e internacionais compõem a programação geral da 5ª edição do Festival de Música de Penedo, evento vinculado ao Centro de Musicologia de Penedo-CEMUPE, que será realizado entre os dias 19 e 22 de outubro.
As inscrições para o festival foram encerradas nesse sábado (15). No total, 606 pessoas se inscreveram para participar do evento.
A solenidade de abertura do evento ocorre já no dia 19, no Centro de Convenções da cidade, com o show de Guilherme Arantes, cantor e compositor brasileiro com mais de 40 anos de carreira. No dia 20 de outubro, a Feira Oficial de Música movimentará as ruas antigas de Penedo, às 9h, no Largo São Gonçalo. O Trio Potiguar, formado por João Paulo, Paulo César PC e Gilvando Pereira, do Rio Grande do Norte, será o responsável por animar o público. Além do trio, a banda alagoana de pífano Esquenta Muié também se apresenta.
No mesmo dia começam a ser ministradas oficinas instrumentais e especiais. A lista de selecionados para as oficinas pode ser conferida clicando neste link (https://www.cemupemusicologia.com/femupe-selecionadosoficinas2022). Terá também o Concerto nas Escolas, às 14h, com a participação dos estudantes da rede pública municipal de Educação, no Centro de Convenções. Haverá uma conferência especial intitulada "A History of Woman's Bands in America" (Uma história de bandas femininas na América), com a profª Drª Jill Sullivan, da Universidade do Estado do Arizona, EUA.
Para Marcos Moreira, coordenador-geral do festival, o evento representa uma grande ação comunitária pela música. Ele revelou que a expectativa tem sido muito grande.
“Na programação há artistas e professores com uma alta qualidade e isso chama a atenção do público, principalmente quando há um acesso facilitado pela gratuidade. O CEMUPE é um potencial que se instala na cidade e engrandece a pesquisa científica musical, traz para a cidade um status ao curso de música de ampliação e convênios internacionais. É uma grande oportunidade para Penedo”, disse Marcos.
Concertos abertos de saxofone e violão, fóruns de música, mostras e mais shows musicais também acontecerão durante todo o dia.
Haverá também o lançamento de quatro livros com o selo Cemupe, na sala principal do Teatro 7 de Setembro, a partir das 17h. Os autores são de Alagoas, Rio de Janeiro, Portugal e Sergipe. Os livros são: Os dobrados de Aquino Japiassú, de Marcos Moreira e João Paulo Cruz; Álbum de armia, de Alberto José Pacheco e Rodrigo Costa; Harmonia para guitarra, de Ricardo Lopes; e Lunga, de Luiz Almeida. Duas dessas quatro obras podem ser vistas gratuitamente também em forma de e-book, por meio do site: www.pimentacultural.com/livro.
Às 17h, no dia 21 de outubro, estará montado um grande palco, no Centro de Convenções, para a 1ª Mostra de Música Autoral Velho Chico, resultado do edital Novos Talentos Autorais da Ufal. Os selecionados apresentarão suas composições e músicas escolhidas. Encerram a mostra o saxofonista Derico Sciotti e o guitarrista Ricardo Lopes.
Já no dia 22 de outubro, último dia do evento, às 9h, haverá desfiles e retretas de bandas de música nas ruas do Centro Histórico de Penedo, com a participação das bandas Sociedade Musical São Miguel, da Paraíba, Banda Musical Curica (PE), Banda Montepio (AL), Banda Penedense (AL) e Banda Fênix (AL). O encerramento oficial fica por conta da Orquestra de Sinfônica da Ufal (Seção de Cordas), sob a regência de Nilton Souza e o recital de piano, com Lucas Thomazinho, vindo de São Paulo. As apresentações acontecem às 20h30, no Centro de Convenções.
Fóruns e encontros
O festival também vai realizar grandes encontros, sessões de debates e fóruns de música com a participação de professores e instrumentistas renomados, conhecidos no país e no mundo.
No dia 20 de outubro, haverá o 3º Fórum Alagoano de Educação Musical e o V Encontro CEMUPE de Musicologia, dois grandes eventos que já foram realizados em edições passadas e que já tiveram uma quantidade relevante de público. Nesse encontro, haverá debates sobre bandas de música e sua importância educacional e artísticas nas cidades interioranas, a produção de métodos e a contribuição desses métodos em outros países, as parcerias com outros institutos de pesquisa em outros países e a representatividade de se ter um centro de musicologia em Penedo.
Participam do evento os professores Thomaz Garcia (EUA), professor David Cranmer (Portugal), Diósnio Neto (SP), Nilton Souza (AL), Aldo Leoni (SP), Jill Osborne (EUA) e Samuel Pompeo (SP). O fórum e o encontro acontece às 15h30, no auditório da Casa da Aposentadoria.
De acordo com Mary Biason, arquivista e musicista de Minas Gerais, o fórum também trabalha com a sobrevivência e resistência de documentos importantes de musicologia que são valiosos para a manutenção das manifestações da cultura popular. Ela também apoia o festival.
“Da minha exeperiência de muitos anos trabalhando com as bandas de música de Minas Gerais, entendi que a sobrevivência das manifestações da cultura popular deve-se em grande parte às suas raízes familiares, por isso são elas as fiéis depositárias de tradições transmitidas de seus antepassados. Desta forma, o CEMUPE pode, e deve, integrar-se à comunidade desempenhando ações concretas, específicas e, principalmente, comprometidas com os s eventos nos locais onde as bandas atuam, funcionando como parceiro para orientar as comunidades na preservação de sua história”, disse Mary Biason.
Há uma variedade e diversidade de atrações que serão fontes de referências e conhecimento para o público penedense. É nesse sentido que será realizado o 2º Fórum de Mulheres na Música, no dia 22, às 14h30, na Biblioteca Pública. Terá uma sessão de debates sobre os espaços ocupados por mulheres na música e a importância da inclusão e da equidade de gênero.
Também terá a estreia do 1º Fórum Afro-brasileiro Musical do Velho Chico, às 14h30, com sessão de debates e uma apresentação cultural do grupo Afro Abí Axé Egbé, do campus Sertão - Ufal. O evento será realizado no Teatro 7 de Setembro. Será um momento de troca e de diálogo sobre a religião de matriz africana no Brasil e sa influência nas áreas da música, como também sobre os espaços ocupados por integrantes desse tipo de composição.
Movimento Viva a Banda
No último dia do festival, 22, os Maestros Movimento Viva a Banda se reunirão, às 14h30, no auditório da Casa da Aposentadoria, para discutirem sobre a importância do maestro e da maestrina em bandas instrumentais e seus espaços no país. Participam do encontro o professor Fernandinho Cruz, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a maestrina Elizete Pires (SP), o professor Luiz Ipólito (SP) e a professora Juliana Soares (SP).
Elizete Pires conta que a banda foi um projeto idealizado e coordenado pelo professor mestre Fernandinho Cruz. “Esse projeto possibilita o encontro de muitos profissionais ligados à banda, proporcionando a troca de experiências”, disse a maestrina.
Segundo ela, foi difícil resistir em um mundo que é constantemente masculino e que no tempo dela tinha muito preconceito. “Venho de uma época que não era muito assim livre. O preconceito era muito presente, por eu ser de uma banda de música, por tocar trombone e por ser mulher, que depois ficou na regência de uma banda de música”.
Para ela será uma experiência incrível participar do festival. “O festival tem uma programação de alto nível, com excelentes profissionais, onde serão oferecidas oficinas, shows, atividades acadêmicas e muito mais. Fiquei muito feliz em ser convidada para a programação, onde tantas mulheres atuam”, concluiu.
O Festival de Música de Penedo é uma realização da UFAL através do Centro de Musicologia de Penedo, em parceria com Governo do Estado de Alagoas e Prefeitura Municipal de Penedo, Patrocínio SEBRAE Parceiros: Lamus - Laboratório de Musicologia, Cesem - Cnetro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, Confederação Musical Portuguesa, Arizon State University, Miami University, Republica Portuguesa, Bureau de Comunicação Comunitária, Keka Rabelo Comunicação e Agerrp-UFAL (Agência Experimental de Relações Publicas da UFAL).
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