Imagine conviver com um animal que se alimenta do seu sangue? Foi mostrando a rotina com uma sanguessuga que Vitória Uzumaki ficou famosa na internet.
Com quase 3 milhões de curtidas em sua página no Tik Tok com mais de 170 mil seguidores, a digital influencer gravou vídeos mostrando esse convívio inusitado. A sanguessuga recebeu o nome de Drácula.
A influencer explicou em sua página que o animal era alimentado a cada seis meses e a prática levava cerca de 20 minutos.
“Dá uma certa agonia. A gente sente a beliscada, mas não dói. Ela fica ali uns 15-20 minutos e já fica satisfeita”, contou ela em um de seus vídeos que viralizaram. Pelo perfil não é possível identificar o lugar onde Vitória mora e em um dos últimos vídeos ela dá a entender que a sanguessuga morreu recentemente. Também não há informações de como ela adquiriu o animal.
Alguns internautas criticaram a prática, enquanto outros acharam “bizarro, mas legal”, como comentou um seguidor da influencer.
O educador ambiental, Matheus Mesquita (Biomesquita), conhecido por tirar dúvidas de internautas sobre assuntos incomuns envolvendo animais e a natureza de modo geral, falou com o Terra da Gente sobre o caso.
“Eu tenho recebido várias perguntas sobre esse animal. E a principal dúvida das pessoas é se essa sanguessuga não pode passar doenças para essa jovem. Bom, como é um animal doméstico que não tem contato com outros animais infectados, patógenos e bactérias, ela não corre risco de ser contaminada com alguma doença. Mas se fosse se fosse um animal selvagem, poderia sim transmitir doenças”, afirma ele.
Mas Mesquita afirma que a brasileira sem dúvida vai ter o ferimento toda vez que for alimenta-la.
“O único dano que essa menina vai ter de fato é a ferida que ela vai sofrer para que a sanguessuga se alimente do sangue dela. Mas como a sanguessuga possui uma saliva anticoagulante e anestésica, apesar da agonia, não vai causar dor especificamente nela, no máximo um incômodo”, conta.
Vale lembrar que uma sanguessuga pode ingerir até dez vezes o seu volume em sangue. Por conta do peso que atingem depois de comer tanto, elas se desprendem da pessoa ou animal parasitado logo após a refeição. Outra curiosidade é que esse animal cresce bastante dependendo da espécie.
Em um dos vídeos, a influencer afirmou alimentar a "Drácula" a cada seis meses. Mas dependendo do animal, ele pode ficar até um ano sem se alimentar, segundo especialistas.
Sobre as sanguessugas
Das 700 espécies existentes no mundo, estima-se que existam cerca de 140 no Brasil, distribuídas em diferentes habitats, como rios, lagos, pântanos e florestas.
Algumas dessas espécies são endêmicas e só podem ser encontradas no país, enquanto outras ocorrem em diferentes partes do mundo.
“A diversidade de sanguessugas no Brasil é uma evidência da riqueza biológica do país e da importância de se preservar seus habitats naturais. Além disso, as sanguessugas desempenham papéis importantes na ecologia de seus habitats e são importantes fontes de informação para estudos sobre evolução, biologia e ecologia”, destaca o pesquisador.
Características
Como as minhocas, as sanguessugas são animais invertebrados que têm o corpo dividido em anéis. Elas são ectoparasitas, o que significa que vivem fora de seu hospedeiro e se alimentam dele.
Algumas espécies são hermafroditas, ou seja, possuem órgãos reprodutivos masculinos e femininos em um único indivíduo. Outras espécies são dioicas, ou seja, possuem indivíduos separados em machos e fêmeas. A forma de reprodução depende da espécie de sanguessuga em questão.
Onde elas vivem?
Sanguessugas vivem em uma ampla variedade de habitats, incluindo água doce, salgada e terrestre. Algumas espécies de sanguessugas vivem em rios, lagos, pântanos e outros corpos de água, enquanto outras espécies vivem em solos úmidos e florestas.
Ainda outras espécies são encontradas em mares e oceanos, vivendo em simbiose com outros organismos como peixes, crustáceos e tartarugas.
Como sugam o sangue?
Elas possuem um tipo de ventosa e "gruda" a boca fazendo pressão. A língua possui dentes afiados que cortam a pele pra sugar o sangue.
A mordida de uma sanguessuga pode ser indolor ou causar desconforto leve. Isso depende do tipo de sanguessuga e do local da mordida.
“Além disso, a mordida de uma sanguessuga pode ser menos dolorosa em áreas com menos terminações nervosas, como o braço ou a perna. No entanto, em algumas pessoas, a mordida de uma sanguessuga pode causar irritação, vermelhidão e inchaço no local da mordida. Por essa razão, é importante tomar precauções ao lidar com sanguessugas e buscar atendimento médico caso seja necessário”, destaca.
Usadas na medicina
O uso de sanguessugas na medicina remonta à antigas civilizações grega e egípcia, e ainda é praticado em algumas regiões do mundo.
As sanguessugas são usadas na medicina, porque sugam o sangue e liberam substâncias que ajudam a dilatar os vasos sanguíneos, a controlar a coagulação e a estimular a circulação. Além disso, sua saliva contém anestésicos e anticoagulantes que ajudam a aliviar a dor durante o tratamento.
Na medicina moderna, o uso de sanguessugas é limitado, mas elas ainda são utilizadas em algumas terapias complementares, como a hirudoterapia, que é o uso terapêutico de sanguessugas na medicina.
No entanto, é importante destacar que o uso delas é mais comum no exterior e requer cuidado e conhecimento.
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