O simples fato de ler, seja um livro, essa reportagem ou um recado não faz parte da realidade de 17,1% da população de Alagoas, estado com maior taxa de analfabetos do país. É o que apontam os dados analisados pela Agência Tatu e extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2019.
Apesar de ainda ter a maior taxa de pessoas que não sabem ler, o estado foi o que mais reduziu a taxa de analfabetismo entre 2016 e 2019, saindo de 19,4% para 17,1%, o que representa uma melhora no índice de 2,3%.
Alguns estados, além de não apresentarem redução do analfabetismo, ainda tiveram aumento na quantidade de pessoas que não sabem ler, entre os anos de 2016 e 2019, como o Amapá (0,5%), Distrito Federal (0,1%) e Paraná (0,1%). Esses estados foram os únicos onde a taxa de analfabetismo aumentou nos anos analisados.
Ainda segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens alagoanos são os mais afetados pelo analfabetismo. Em 2019, 18,1% deles eram analfabetos, contra 16,3% das mulheres. Vale ressaltar que a PNAD considera pessoas com mais de 15 anos de idade para a pesquisa sobre analfabetismo.
A pesquisa aponta também que os estados nordestinos apresentam os piores índices de alfabetização de todo o Brasil. Após Alagoas, que tem o pior desempenho, vem a Paraíba (16,1%) e Piauí (16%).
Segundo Maria José Alves, Diretora de Gestão Educacional de Maceió, a taxa de analfabetismo é alta, pois não há uma política de alfabetização institucionalizada em Alagoas. Para ela, entre os desafios que precisam ser superados está a distorção da idade e escolaridade, ou seja, alunos mais velhos que não avançaram na alfabetização por diversos motivos.
“Estamos trabalhando para lançar o programa Alfabetiza Maceió, programa esse que vem atender, ou seja, vem colocar em prática, vem efetivar a política municipal de alfabetização. Aliado a isso, nós também estamos trabalhando na perspectiva de implantar e implementar um programa de correção de fluxo na rede municipal”, detalha.
Em nota, a Secretaria da Educação (Seduc) informou que desenvolve diversas frentes de trabalho com objetivo de alfabetizar mais de 80 mil crianças alagoanas na idade certa, até os sete anos. Já na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Seduc afirma que está desenvolvendo mais um novo programa com foco na alfabetização dos alunos, o Vem Que Dá Tempo, projeto que tem finalidade de elevar a escolaridade de jovens e adultos através da conclusão do Ensino Fundamental e do ingresso ao Ensino Médio do EJA Modular.
Confira nota na íntegra
A Secretaria da Educação (Seduc) desenvolve diversas frentes de trabalho com objetivo de alfabetizar mais de 80 mil crianças alagoanas na idade certa, até os sete anos. Na liderança destas iniciativas, está o lançamento do programa Criança Alfabetizada, que começou a ser operacionalizado neste ano dentro das metas e ações do Escola 10. No cenário atual, o projeto já está atuando na avaliação de fluência de leitura de todos os alunos do 2º ano do ensino fundamental da rede pública estadual e municipal, com objetivo de elaborar um diagnóstico individual do nível de alfabetização destes estudantes.
Aliado às ações de acompanhamento pedagógico, formação de professores e entrega de materiais didáticos complementares, o Criança Alfabetizada também prevê um incentivo financeiro para as escolas e municípios alagoanos. De forma inédita, o Governo do Estado vai garantir um investimento de R$10 milhões – o dobro do valor destinado nos anos anteriores -, que serão rateados entre os municípios que atingirem as metas de alfabetização previstas na pactuação do programa Escola 10.
Já na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Seduc está desenvolvendo mais um novo programa com foco na alfabetização dos alunos, o Vem Que Dá Tempo. O projeto tem finalidade de elevar a escolaridade de jovens e adultos através da conclusão do Ensino Fundamental e do ingresso ao Ensino Médio do EJA Modular. Além disso, o Governo de Alagoas também destinará dois formatos de incentivo financeiro: um com foco na aprovação do Exame Estadual de Avaliação e Certificação do EJA e outro na permanência destes estudantes na sala de aula.
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