Entre os dias 6 e 9 de março, Alagoas será o local da segunda etapa do projeto “Letramento Transmídia”, pesquisa de abrangência nacional que pretende investigar o uso das mídias sociais por adolescentes.
Por meio de questionários, entrevistas e oficinas, a investigação de campo ocorrerá na Escola Estadual Princesa Isabel, localizada no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), no bairro Farol, em Maceió, contando com a presença de docentes e discentes de instituições de ensino superior do Nordeste e do Centro-Oeste do país.
Segundo o levantamento feito pela plataforma Cupom Válido com dados da Hootsuite e WeAreSocial de 2021, o Brasil é o terceiro país mais conectado no ranking mundial. Levando em consideração que os adolescentes e jovens entre 16 e 24 anos são os que mais acessam esses aplicativos, os pesquisadores buscam entender não só como esse público, dentro do ensino médio, está aprendendo com as mídias, mas também como essas ferramentas podem ser incorporadas ao processo de ensino e aprendizagem formal dentro das salas de aula.
O estudo é inspirado na Transmedia Literacy, uma pesquisa internacional realizada na Espanha e replicada em oito países - da Europa, da Oceania e da América do Sul. A iniciativa é desenvolvida por professores e estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Alagoas, em parceria com a Universidade Federal da Bahia, a Universidade Federal de Sergipe, a Universidade de Brasília e a Universidade Estadual de Goiás.
A primeira etapa da pesquisa de campo do projeto foi realizada em abril do ano passado no Centro de Excelência Barão de Mauá, localizado em Aracaju (SE). Depois de Alagoas, os estados de Bahia, Brasília e Goiás também receberão a pesquisa.
Para o professor de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Vitor Braga, o estudo vem com um grande potencial de enxergar a utilização dessas mídias como aliadas no desenvolvimento de competências e no próprio processo de ensino-aprendizagem, contribuindo de forma produtiva e construtiva.
"Entender o letramento transmídia no Brasil se faz urgente, pois por um lado isto repercute na compreensão do consumo cultural e midiático desse público; e, por outro lado, cabe constatar que qualquer investigação a se fazer no Brasil precisa levar em conta uma pesquisa descentralizada, considerando os diferentes contextos socioeconômicos e culturais de um país com dimensões continentais", afirma Braga.
Sobre a pesquisa
Em cada escola selecionada nos cinco estados, a pesquisa é feita em três etapas. Na primeira fase, ocorre o processo de conscientização dos estudantes acerca da importância de participar do estudo.
Na segunda, a aplicação de um questionário com seis turmas do ensino médio. Na terceira e última etapa, são realizadas entrevistas com estudantes identificados a partir do potencial para fornecer informações a respeito do uso que fazem das redes sociais. Além disso, também são realizadas oficinas de games e produção de conteúdo digital para alunos interessados.
Como resultado da investigação científica, serão elaborados materiais para a formação de professores e orientação para a formulação de políticas públicas em educação inovadora nos estados. A pesquisa em Alagoas é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através do Edital Universal (Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 – Universal).
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