Com o início do ano letivo, esta segunda-feira (10) foi um dia especial para milhares de estudantes da rede pública de ensino de Alagoas. Para recepcioná-los, a Secretaria de Segurança Pública (SSP/AL), por meio da Chefia de Articulação da Política de Prevenção e com apoio das Bases Comunitárias de Segurança, distribuiu panfletos com diversas orientações sobre segurança dentro e fora da escola para os alunos.
O material foi distribuído na porta das escolas e apresentado dentro das salas de aula para os estudantes por militares da Radiopatrulha, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Batalhão Escolar (BPEsc) e das Bases Comunitárias.
Essa parceria não é novidade na Escola Estadual Dom Adelmo Machado, localizada no Vergel do Lago, garante a diretora Elza Maria Cavalcante. Segundo ela, hoje é essencial a presença dos militares das bases comunitárias nas atividades desenvolvidas dentro da escola.
“Para mim é fundamental. Se nós não tivéssemos essa parceria com a base comunitária, seria insustentável realizar o trabalho que a gente executa, e principalmente nessa regional, que é de um nível de violência e tráfico muito grande”, disse a diretora.
Ela ressalta que a maioria dos alunos vive em famílias que procuram estar em meio à sociedade de forma correta, mas que também existem estudantes que já foram aliciados e já participaram de alguma atividade ilegal.
“Quando a gente detecta essa situação é aí que entra a base comunitária. Ela nos dá esse apoio para falar com esse aluno envolvendo todo um trabalho de socialização com psicólogos, psicopedagogos e os policiais da Secretaria de Segurança Pública”, explicou.
A presença dos policiais da Base Comunitária do Vergel do Lago na Escola Dom Adelmo Machado não se limita ao início do ano letivo. No decorrer do ano, os militares desenvolverão diversas palestras e atividades educativas, abordando temas como, por exemplo, violência contra a mulher, a automutilação, o bullying
O sargento Anderson, integrante da Base Comunitária do Vergel do Lago, afirma que essas atividades acabam sendo uma forma de aproximar ainda mais a base com a escola, além de aproximar a comunidade em geral da polícia e assim passe a ter um papel colaborativo na Segurança Pública.
“A comunidade escolar acabou sendo um público estratégico, não só por ter pessoas em formação, mas também por ser um público que, infelizmente, pode ser aliciado pelo tráfico e pelas facções. As bases comunitárias já vêm, ao longo do tempo, realizando trabalhos nas escolas como palestras, dicas de segurança. Agora, esse ano, através dessa campanha, trouxemos ainda as forças amigas, como, Radiopatrulha e Batalhão de Operações Especiais”, disse o militar.
A presença dos policiais nas escolas também é aprovada pelos alunos. Lucineide Laurindo, 14 anos, está cursando o nono ano do ensino fundamental e diz se sentir mais segura com a presença dos militares na escola. Ela afirmou ainda que também aprende com eles.
“Eu acho que eles nos escutam, conversam muito com a gente e é bom quando tem palestras deles porque sempre tem coisas que a gente não sabe”, disse.
Carlos Cristian, 17 anos, também do nono ano, disse já estar acostumado com a presença dos policiais na escola. “Estou nessa escola há três anos e sempre vi os policiais aqui. Acho interessantes as coisas que eles falam nas palestras porque eles também explicam sobre como eles trabalham, onde atuam, sempre tirando nossas dúvidas”, lembrou.
Para a diretora, por meio das ações desenvolvidas em conjunto, foi possível descontruir a imagem que se tinha da Polícia Militar. Havia a visão junto à comunidade de que se tinha uma viatura parada na porta da escola, significava que havia algum problema. Hoje sabem que se os policiais estão lá, é porque estão fazendo um trabalho ou dando uma palestra.
“Então ficamos muito felizes e vemos que o caminho é esse. Não só pela questão da segurança, mas para que eles entendam que o trabalho da Polícia Militar é social, de orientação, de conciliação, de parceria e apoio. Não apenas o trabalho de coagir quem está fora da lei. Eles têm esse trabalho de orientar e serem parceiros da sociedade” concluiu.
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