A gestão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, reuniu docentes e a equipe pedagógica para discussão sobre ensino remoto em caráter emergencial. Os encontros virtuais foram realizados ontem, 22, em dois momentos: um pela manhã com professores do ensino superior e outro pela tarde com professores do ensino técnico. Neste primeiro momento, o intuito é atender estudantes que estão concluindo seus respectivos cursos.
Antes de dar início à discussão, o diretor-geral do campus, Roberto Fernandes, contextualizou as ações preliminares a esta medida, que envolve a formação de um grupo de trabalho (GT) e o cumprimento de normativas oriundas do Ministério da Educação (MEC), a exemplo da Portaria 572, que institui o Protocolo de Biossegurança para retorno de atividades em instituições federais de ensino e da Portaria 544, que dispõe a substituição das aulas presenciais em meios digitais.
“Achávamos que a partir de agosto a pandemia estaria em declínio e nós estaríamos vendo a possibilidade desse retorno presencial. No GT, chegamos à conclusão de que mesmo seguindo os protocolos do Governo Estadual e todas essas normativas, nós não conseguiríamos retornar presencialmente este ano, pois o vírus ainda se encontra em proliferação. Além disso, a cidade de Palmeira dos Índios tem um gradativo aumento do número de transmissão”, disse Roberto.
O gestor lembrou que recentemente foi feita uma pesquisa com estudantes acerca de sua conectividade e uso de meios de comunicação digitais. Os números mostram que mais de 40% dos alunos do campus não teriam este acesso, mas a ideia neste momento, é que nenhum estudante fique para trás neste processo. Para que isso seja possível, seriam ofertados chips com pacotes de dados e equipamentos para os discentes que não possuíssem esses meios em suas residências.
“Queremos obter êxito neste experimento, que foi consensualmente decidido e acatado no Colégio de Dirigentes. Decidimos que pela instituição, nós deveríamos experimentar este ensino de forma remota. Vai envolver uma logística e um empenho imenso da nossa equipe, mas a nossa preocupação neste momento é ofertar educação de qualidade e inclusiva”, lembra o gestor.
O diretor de ensino, Israel Crescêncio, lembra que não se trata de Educação a Distância (EaD). É apenas um momento emergencial, que atenderá estudantes das séries/módulos/períodos finais dos cursos técnicos integrados/EJA e de graduação. “Envolverá as séries finais dos cursos técnicos e da graduação e também os estudantes em regime de Progressão Parcial. Os cursos que não tiverem turmas concluintes poderão trabalhar com as séries mais avançadas”, ressaltou.
Segundo Israel, todas as discussões feitas anteriormente serão levadas em conta quanto às tecnologias e às aulas práticas.
“O que não queremos é perder o ano de 2020. Trabalharemos de forma conjunta para que possam ser atendidas as particularidades do campus Palmeira e as possíveis dificuldades de estudantes e docentes. Devemos enxergar o aluno, por exemplo, em seu 10º período de Engenharia que necessita se formar e seguir adiante. Temos que pensar que estamos lidando com seres humanos e que a vida deles precisa continuar”, salientou Israel.
Angeline Castro, coordenadora pedagógica do Ifal Palmeira, lembrou que este momento jamais foi vivenciado pelo Instituto, por isso a equipe da Pedagogia vem fazendo estudos, através de artigos para melhor embasar e criar alternativas para este momento.
“Devemos entender que o estudo remoto tem uma perspectiva diferente da EaD. Por isso, vamos precisar de estratégias de ensino, formas de avaliar e de materiais a se utilizar. Conhecemos o perfil do nosso estudante e sabemos de sua limitação quanto à conectividade e equipamentos e até mesmo de um espaço para estudar. Por isso, é importante planejarmos juntos este momento de ensino remoto emergencial”, disse Angeline.
Próximos passos
Caberá a cada colegiado dos cursos, a definição de metodologias que serão desenvolvidas nesta experimentação. Assim, Rodolfo.jpegjá na próxima semana, gestores, equipe pedagógica e docentes estarão reunidos novamente para essa articulação.
“A ideia é construir essa proposta de forma coletiva, até porque as disciplinas apresentam naturezas diferentes. Vamos nos reunir e analisar quais matérias poderão ser ofertadas, quais conteúdos poderão ser trabalhados… Estamos fazendo o mapeamento dos nossos estudantes e, assim, estabelecer as estratégias que serão traçadas e como incluí-los neste processo de ensino-aprendizagem”, finalizou o chefe do Departamento de Ensino Superior, Rodolfo Santos.
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