Com o objetivo de reintegrar socialmente os adolescentes por meio do estudo, a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) - por meio da Superintendência de Medidas Socioeducativa (Sumese) - oportunizou a participação de 24 socioeducandos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de 81 jovens no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Desse total, oito adolescentes obtiveram aprovação no Encceja para a aquisição do certificado de conclusão do ensino fundamental ou ensino médio. Já no Enem, a maioria dos participantes fez o exame por experiência e, mesmo assim, seis alcançaram pontuação suficiente para classificá-los em programas de acesso ao ensino superior, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A socioeducanda M.V.V.S., de 17 anos, tem o sonho de cursar medicina em uma universidade pública e foi classificada nos dois exames. Por enquanto, o Enem foi apenas para reconhecimento, mas a aluna está focada nos resultados.
“Com a ajuda da escola, eu evoluí muito durante esse período na unidade de internação e essas provas foram experiências importantes para mim. Como ainda não tenho idade para ingressar, fiz o Enem só por experiência, mas no próximo ano farei a prova pra valer”, comentou a adolescente.
Para a superintendente de Medidas Socioeducativas, Denise Paranhos, os exames contribuem efetivamente para o processo de reinserção social dos adolescentes, uma vez que ampliam o leque de oportunidades para o futuro. “O objetivo da Medida Socioeducativa é a ressocialização plena desses jovens. Por meio da educação e da qualificação profissional, eles têm o preparo necessário para dar continuidade à vida de maneira construtiva após o cumprimento da medida”, afirmou.
Os socioeducandos participaram das modalidades Enem PPL e Encceja Nacional PPL, destinadas a pessoas que cumprem medidas que incluam privação de liberdade. As regras são iguais aos exames regulares e os socioeducandos aprovados receberão a certificação como os demais participantes.
Concurso de Redação da DPU
Outro destaque de 2019 foram os três jovens do Sistema Socioeducativo de Alagoas classificados em primeiro, segundo e terceiro lugares na última edição do Concurso de Redação da Defensoria Pública da União – DPU. O concurso lançado em maio daquele ano teve como tema “Defender direitos, evitar desastres: como o acesso à Justiça contribui para o desenvolvimento sustentável”.
A gerente de Desenvolvimento Integral da Sumese, Cássia Moreno, explica como a educação tem mudado a vida dessa juventude. “Muitos adolescentes chegam à medida socioeducativa por conta da vulnerabilidade social na qual se encontravam. A educação propõe, então, o resgate, não só do conteúdo, mas dos valores que ficaram adormecidos ao longo de sua formação pessoal, redirecionando a sua vida e a sua caminhada”.
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