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02/09/2021 08:20
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"Não sou fiscal de máscara do presidente", diz Marcelo Queiroga

Ele afirmou que está tranquilo na cadeira de ministro e disse que espera a aquisição de doses para 2022
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga / Foto: Agência Brasil

 O ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que não é fiscal de máscara do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando questionado sobre a não utilização do EPI (Equipamento de Proteção Individual) ao do chefe do Executivo ao aparecer em público. Segundo Queiroga, o cuidado em relação à pandemia da Covid-19 é individual.

A afirmação foi feita em entrevista ao Ponto a Ponto, programa da jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda no BandNews TV dessa quarta (1º).

Em relação ao presidente ainda não ter se vacinado, Queiroga garantiu que defende a autonomia do paciente. “Ele [Bolsonaro] defende a autonomia do médico, eu defendo a autonomia do paciente. Apesar de ele não ser meu paciente, eu respeito a decisão do presidente e sei que o momento que ele tomar essa decisão será o melhor momento para ele”, afirmou.

Terceira dose

Queiroga também comentou a decisão de alguns estados de não seguirem o PNI (Programa Nacional de Vacinação) em relação à aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19. A recomendação da pasta é de que a aplicação seja feita em quem tem mais de 70 anos e imunossuprimidos a partir de 15 de outubro

Entretanto, São Paulo, por exemplo, reduziu essa faixa etária para 70 anos e incluiu a Coronavac no plano. O governo não recomenda o uso dessa vacina para a terceira dose e a prioridade é para o imunizante da Pfizer. Além disso, o estado antecipou o calendário vacinal para 6 de setembro.

“Se cada um quiser criar um esquema próprio não há como o Ministério da Saúde garantir entrega de doses [...] Como é que eu, como Ministro da Saúde, posso garantir doses para esses esquemas vacinais que cada um dos secretários municipais de saúde e secretários estaduais querem criar?”, afirma.

Na noite desta quarta, o Ministério da Saúde encaminhou um ofício a todos os estados informando que não garantirá imunizantes a quem não seguir as regras do PNI. Segundo o documento, “as decisões sobre a aplicação das doses de reforço para idosos e imunossuprimidos, redução de intervalo entre as doses, intercambialidade de vacinas, vacinação de gestantes e adolescentes, entre outras, são baseadas em evidências científicas, ampla discussão entre especialistas, cenário epidemiológico, população-alvo, disponibilidade de doses e autorização de órgãos regulatórios como a Anvisa”.

Coronavac

Questionado sobre a retirada da Coronavac da lista de vacinas disponíveis para a aplicação da terceira dose para maiores de 70 anos e imunossuprimidos, o ministro contou que o Ministério da Saúde encomendou à Universidade de Oxford um estudo para avaliar estratégias sobre a vacinação heteróloga - que usa dois tipos de imunizantes -, incluindo o imunizante do Instituto Butantan.

Segundo ele, essa inclusão na pesquisa mostra que “não há nenhum tipo de juízo de valor acerca da utilização dessa vacina em esquemas heterólogos”.

“Após esses estudos, aí nós vamos programar essa dose de reforço para a população brasileira como um todo”, explica.

Vacinas para 2022

Questionado por Monica Bergamo sobre como estão as tratativas para compra de imunizantes para 2022, como reforço, Queiroga garantiu que não faltará vacinas para a população brasileira. Ele explicou que produtos comprados serão os já produzidos no país.

O Ministério da Saúde, entretanto, terá uma verba 86% menor para vacinação do que neste ano, segundo o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) apresentado na última terça-feira (21). Em 2021 o valor autorizado foi de até R$ 27,7 bilhões, enquanto em 2022 será de R$ 3,9 bilhões.

Assim, para suprir a necessidade do ano que vem, Queiroga conta que é possível que seja feita uma aquisição adicional de vacinas no último trimestre de 2021.

“Tranquilo na cadeira de ministro”

Analisando a situação atual da pandemia da Covid-19 e da vacinação, Queiroga disse que está tranquilo em relação às medidas tomadas pelo governo federal. “Eu estou bastante tranquilo aqui na cadeira de ministro porque sei que a população brasileira já reconhece os esforços que o governo Federal tem feito”, diz.

Para explicar a tranquilidade, ele lembra que mais de 80% da população com mais de 18 anos já tomou pelo menos a segunda dose e que mais de 38% já tomaram a segunda dose. Além disso, ele ressalta que em agosto foram mais de 60 milhões de doses distribuídas.

Fonte: BAND NEWS

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