Alok, de 32 anos, voltou a falar sobre a situação de seu pai, Juarez Petrillo, DJ que tocaria em um festival no sul de Israel quando começaram os primeiros ataques do grupo extremista Hamas. Visivelmente emocionado, o brasileiro confessou que só descobriu que o pai corria perigo por meio da internet. "Tenho pouco convívio".
"Eu já saí de casa faz mais de 15 anos. Infelizmente, tenho pouco convívio com meu pai. Meu pai toca, é DJ, então está sempre viajando pelo mundo, eu também. Ele não sabe onde eu estou, também não sei onde ele está. Eu descobri que ele estava lá através da internet", confessou.
"Eu até queria ter mais convívio com meu pai... Tudo o que eu queria agora é poder... Meu pai está bem, seguro. Ele chegou em Tel Aviv ontem [9] e está fazendo todo o esforço para voltar para o Brasil. Tudo o que eu quero agora é abraçar ele, acolher ele. Mas, infelizmente, muitas pessoas não vão poder fazer isso", lamentou em meio às lágrimas.
Juarez Petrillo presencia ataque do Hamas em rave de Israel - Contratado para tocar em uma edição do Universo Paralello no sul de Israel, Juarez Petrillo, também conhecido como DJ Swarp, estava prestes a entrar no palco quando os ataques começaram na manhã de sábado (7). De acordo com as autoridades israelenses, mais de 260 pessoas que estavam no festival foram mortas.
Com a ampla repercussão do assunto, Alok voltou a esclarecer que seu pai não foi o responsável pela organização do evento -- apesar de ser o criador da 'marca' Universo Paralello. "Meu pai estava no evento, que aconteceu um grande massacre dos terroristas, que matou mais de 260 pessoas lá [...] ele estava no evento, prestes a se apresentar, quando começou a ter um bombardeio. O evento foi interrompido e a polícia começou a evacuar", relatou.
Na sequência, o DJ brasileiro afirmou que todos que estavam no local saíram correndo, incluindo seu pai. "Ele conseguiu entrar em um carro e sair de lá. O carro de trás, que estava com conhecidos dele, foi baleado. Meu pai conseguiu se abrigar em um bunker e ficou seguro lá", explicou Alok.
Qual a relação de Juarez Petrillo com o festival de Israel? Muito abalado em pensar na situação, o músico ainda fez questão de desmentir a fake news que afirma que Juarez Petrillo é o responsável pelo festival. "Não é verdade. Tanto que se vocês verem na mídia internacional, não associam meu pai a isso", garantiu.
"Meu pai é o idealizador de um festival chamado Universo Paralello, que acontece no Brasil há mais de 20 anos. É o maior festival de arte, música e cultura alternativa da América Latina", explicou o DJ. "É um festival conhecido mundialmente, diversos turistas, estrangeiros, frequentam".
"Existe o interesse de diversos produtores internacionais licenciarem a marca, que é quando eles tem direito do uso do nome e da identidade visual. Meu pai já licenciou para diversos países, na Índia, México, Argentina, Europa, Tailândia. Foi a mesma coisa que aconteceu agora em Israel, pela primeira vez", disse o filho de Juarez.
"Foi um produtor local, israelense, chamado Tribe of Nova, que contratou a identidade visual, contratou meu pai para tocar, além do direito do uso da marca. Tanto é que foi 'Tribe of Nova apresenta: Super Nova -- que é o nome do festival -- Universo Paralello Edition'', acrescentou, garantindo que todas as escolhas são feitas pelo contratante.
Na sequência, Alok confessa ter se questionado também, assim como muitas outras pessoas, o motivo do local da rave ficar tão próximo à Faixa de Gaza, cerca de 30 minutos da zona marcada por conflitos. "Eu descobri que, na verdade, lá é um lugar que acontecem eventos desde 2000. Já aconteceram centenas de eventos lá, com muita frequência, inclusive, na noite anterior teve um outro evento no mesmo local e na noite seguinte teria um outro", informou.
"Israel, para quem não sabe, é um dos grandes polos da música eletrônica e desse estilo de perfis de festival. Essa é a história verdadeira", finalizou Alok sobre o assunto.
O que é o festival Universo Paralello? Criado no Brasil, nos anos 2000, o Universo Paralello foi uma idealização de um grupo de amigos que, dentre eles, estava Juarez Petrillo. Com foco na música eletrônica, em especial no subgênero conhecido como psytrance, as primeiras edições ocorreram em Goiânia, cidade natal de Alok.
Foi apenas na virada do ano de 2003 para 2004 que o festival mudou para o local em que ocorre até hoje, na praia de Pratigi, na Bahia. Ao longo de 8 dias, o público confere diversas atrações, enquanto aproveitam uma vista paradisíaca, em meio ao contato com a natureza. O Universo Paralello ocorre no Brasil a cada dois anos, sempre durante a época do Réveillon.
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