Quando Welington Paulo dos Santos saiu da pequena Teotônio Vilela, em Alagoas, para tentar a vida em São Paulo, sonhava em ser policial. Nunca imaginou que o hobby de jogar games de computador mudaria sua vida completamente. Muito menos que ele se transformaria em um influenciador digital, com mais de um milhão de seguidores no Youtube.
“A minha vida mudou de uma hora para outra. Até hoje não acredito no que está acontecendo. As pessoas pedem para tirar foto. Ainda estou me adaptando com essa rotina”, afirma o streamer, como são chamados os jogadores que transmitem conteúdo na internet.
Aos 18 anos, o jovem saiu de uma cidade de 44 mil habitantes, a 96 km da capital alagoana, Maceió, para chegar na maior metrópole do Brasil. Hoje, ele tem 25 e virou El Racha.
Lá não tinha emprego. Aproveitei que a mãe da minha namorada morava em São Paulo e vim tentar”, lembra o gamer, que em dois meses saiu da casa da sogra e trouxe a namorada Mimi para a cidade grande também.
Na capital paulista, ele foi montador de ambulância, trabalhou em supermercado, em fábrica de papel higiênico, entregador de loja, motorista de aplicativo... Até conhecer o Free Fire.
No começo, Welington ficava incomodado com os amigos, que só curtiam jogar Free Fire. “Ficava vendo que os caras não faziam outra coisa, até que pensei vou baixar também, porque todos estão jogando. Aí já era! Trabalhava como Uber e praticava nas horas vagas. Até que fui conseguindo mudar de profissão e ser só streamer”, explica El Racha.
Padrinho profissional
Do vício no Free Fire até virar famoso foi rápido, já que ele teve ajuda do El Gato, principal jogador do game no Brasil. “Um amigo me apresentou para o Gato e comecei a brincar com ele em um live dele. Ficamos amigos e ele me sugeriu fazer um canal. No dia que o Gato pediu para me seguirem, ganhei 70 mil inscritos no meu canal”, comemora Welington.
A partir desse empurrãozinho, El Racha começou a produzir cada vez mais conteúdos para o canal e estudar o jogo. Até que participou de um teste e atualmente é jogador do time Los Grandes, que disputa campeonatos no Brasil.
Como explicar em casa?
O difícil foi explicar para a Dona Maria Isabel, mãe dele, qual era sua profissão em São Paulo. “Minha mãe achava que estava fazendo coisa errada. Também de uma hora para outra derrubei a casa da coroa e construí outra novinha. Ela só entendeu quando fui para lá e vieram quatro meninos bater na porta tirar foto comigo”, conta o gamer.
Foi com o dinheiro conquistado como influenciador e jogador que Racha conseguiu arrumar a vida da família. Deu casa para mãe, carro para o irmão, comprou uma casa para ele e Mimi, em São Paulo, e comprou um carrão dos sonhos para ele.
Quando o alagoano pensa na vida, sabe que tem muito tempo pela frente. Mas, dos sonhos do menino de Teotônio Vilela, já conquistou o que nem imaginava. “Ainda falta muita coisa na minha vida. Mas olha o que consegui: minha mãe tem uma casa, consigo fazer compra boa para minha família, tenho minha casa, carro e vivo bem”, comemora Racha. “Agora só falta construir minha casa do zero, do meu jeito com uma sala enorme para jogar”, finaliza.
Estrela de Teotônio Vilela
Além de tudo isso, Welington ainda virou a personalidade em Teotônio Vilela. "Virei referência na minha cidade. O filho do prefeito é meu seguidor, todo mundo quer tirar foto comigo", brinca o jogador.
Fora de lá, ele também espera ser cada dia mais reconhecido, com mais seguidores e tem um sonho. “Eu quero conquistar um prêmio nos eSports. Quero fazer certinho. Escolher uma categoria, me qualificar direitinho e vencer. É a premiação mais importante do Brasil”, planeja El Racha.
Fonte: R7
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