Enquanto os preços aumentam, transporte coletivo consolida sua essencialidade

Os aumentos nos preços dos combustíveis já se tornaram rotina na vida da população. Os reajustes constantes têm gerado insatisfação, e muitos maceioenses estão optando por deixar o carro na garagem e apostar em outros modais de locomoção. No entanto, algumas alternativas estão se mostrando igualmente onerosas, incertas e inseguras, como é o caso dos aplicativos de transporte e dos clandestinos.

Enquanto os clandestinos atuam de forma irregular e sem compromisso com benefícios sociais, como gratuidades para estudantes, idosos e deficientes, por exemplo, os motoristas de aplicativo têm sido alvo de reclamações por recusarem corridas constantemente, deixando os passageiros desamparados, além de utilizarem as chamadas “tarifas dinâmicas”, que elevam o preço das viagens de acordo com o fluxo do trânsito e do horário.

Nesta realidade, o transporte público coletivo tem se mostrado cada vez mais essencial para a população de Maceió, ao garantir confiabilidade, praticidade e segurança. Com uma tarifa fixa independente do horário ou do destino, os ônibus se consolidam como o melhor modal para quem precisa se locomover diariamente para trabalhar, estudar ou realizar qualquer atividade.

As vantagens são inúmeras. Circulando desde as primeiras horas da manhã até o avançado horário noturno dos corujões, os ônibus atendem praticamente todas as regiões e bairros da capital alagoana, com terminais localizados em pontos estratégicos e a oferecendo também a integração temporal, que proporciona ainda mais economia para os passageiros. E tudo isso pode ser aproveitado por meio da bilhetagem eletrônica, uma forma de pagamento segura, ágil e prática, que evita os transtornos e riscos inerentes do uso de dinheiro em espécie, além de contar com uma ampla rede de recarga, com pontos de venda físicos e aplicativos que permitem a compra de créditos pela internet.

Investimento no transporte público é essencial

Mesmo em meio à grave crise econômica vivida pelo setor nos últimos anos, e agravada pela pandemia de Covid-19, o transporte coletivo segue firme desempenhando seu papel de serviço essencial. Mas essa jornada não é simples, e precisa contar com o apoio e o investimento do poder público para evitar um colapso no sistema. As empresas também têm enfrentado os reajustes no preço do diesel, que somente de janeiro a agosto de 2021 apresentou uma alta de 23% (https://bit.ly/3BxA453). Além disso, há ainda os custos fixos e variáveis, como mão de obra e manutenção.

Diante dessa realidade, é imprescindível que o transporte público seja priorizado pelos poderes executivos, tanto o municipal quanto o estadual, com a formulação de políticas para uma mobilidade justa e inclusiva. Há algum tempo, o sistema de transporte urbano vem solicitando medidas que ajudem a mitigar os impactos financeiros enfrentados pelo setor, como a isenção de impostos que incidem sobre o diesel, a exemplo do ISS na esfera municipal, e o ICMS na estadual, além do IPVA, a fim de conseguir manter a tarifa razoável para os passageiros.

Sem esses importantes subsídios, se torna praticamente impossível a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro e as eventuais melhorias do setor. Consequentemente, quem sofre é a população, que é impedida de usufruir de um modal que cumpre regularmente as ordens de serviços determinadas pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), garantindo o direito de ir e vir de todos que necessitam do transporte público de qualidade.