O filhote de baleia-jubarte que havia encalhado nas primeiras horas da segunda-feira, 10, em uma praia de Maragogi, teve o óbito confirmado pelo Instituto Biota de Conservação durante à noite de ontem, depois de ter sido atendido durante todo o dia. O animal era fêmea e acabou não sobrevivendo à reintrodução no mar devido à separação da mãe.
De acordo com Bruno Stephanis, presidente do Biota, a equipe fez o acompanhamento da baleia durante a manhã e a tarde de segunda-feira, após ser acionada pela população que flagrou o encalhe. Na manhã desta terça, 11, uma equipe da Prefeitura de Maragogi foi acionada para colocar o animal fora da linha de maré para o exame de necropsia realizado pelos profissionais do instituto.
"O animal infelizmente veio a falecer, encalhou na noite depois que a equipe saiu do local, e em poucos minutos, veio a óbito. Isso é muito comum, porque imagine uma criança mamando sendo separada da mãe e abandonada, digamos assim, em uma praia, a possibilidade de viver é quase zero. É a mesma coisa para mamíferos marinhos, eles precisam do contato direto da mãe, a única esperança é encontrar a mãe após a reintrodução, porém isso é muito raro", destacou Bruno Stephanis.
Ainda de acordo com o presidente do Biota, o encalhe de filhotes de baleia será comum nesta época do ano na costa alagoana devido ao período reprodutivo dos mamíferos. Stephanis também passou orientações à população em caso de flagrantes de novos encalhes. "Vai ser algo frequente nos próximos meses devido à temporada reprodutiva. Nós chegamos a ter 11 registro de encalhe de filhotes em um ano e pode se tornar mais frequente. Porém, cada evento desse, de um filhote perdido no mar, tem um apelo para população muito grande", informou.
"Nós pedimos que a população não faça a reintrodução do animal no mar sem a devida orientação. Pode ser um perigo físico para o humano, o animal pode machucar a pessoa, pode ser um perigo físico para o animal, quando um manejo errado pode fraturar a nadadeira, por exemplo, como também pode ser uma questão de zoonoses, pois o animal pode transmitir ou receber doenças do humano. Tudo o que a gente vai fazer com animais silvestres, tem que ser muito bem respaldado tecnicamente, como também com EPIs, para evitar possíveis contaminações. Então a gente orienta que, ao se deparar com animais silvestres, antes de fazer qualquer atividade, ligue para as instituições, seja prefeitura, órgãos do estado, ONG local com referência, para que você seja orientado no que fazer", complementou.
Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.