Convocada nacionalmente, a paralisação de motoristas de aplicativo ocorre de maneira parcial em Alagoas, na manhã desta segunda-feira (15). Eles estimam um prejuízo de R$ 2 bilhões somente para Uber com cerca de 10 mil veículos parados.
Os trabalhadores se uniram para cobrar das empresas melhores condições de trabalho, tendo como principal reivindicação o aumento nos repasses ganhos pelas viagens.
Em Maceió, a categoria marcou dois pontos para se concentrar na mobilização, que deve durar 24 horas: no Papódromo (Trapiche da Barra) e no Estacionamento de Jaraguá.
A categoria pede reajuste do valor mínimo da corrida, hoje em R$ 5,87, para R$ 10, e no valor do quilômetro rodado, hoje entre R$ 1,19 e R$ 2, para R$ 2. Outro ponto é a cobrança de um adicional por cada parada solicitada durante a corrida.
Apesar da paralisação, usuários que solicitaram corridas pelas plataformas conseguiram achar motoristas nesta manhã, embora os relatos são de que há demora para localizar os profissionais. A equipe da Gazetaweb teve dificuldades, mas os pedidos de viagens foram aceitos no aplicativo, reforçando que a paralisação nacional tem dividido os motoristas em Alagoas.
O Sindicato dos Motoristas de Aplicativo ainda não se reuniu com as empresas e aguarda os efeitos deste movimento pelo País. "O importante é que o motorista de aplicativo pare, independente aonde. Vamos mostrar para o Brasil inteiro que os motoristas de aplicativos são unidos", disse Carlos Alexandre Nascimento, presidente da entidade.
Gustavo Cavalcante está cadastrado há um ano como motorista de aplicativo e é um dos que reclamam das empresas mudanças no percentual do repasse por cada corrida. E explica que recebe valores pífios no dia a dia.
“Muitos passageiros reclamam pelas corridas que são canceladas ou muitos não aceitam. Na verdade, não é viável pelo valor da corrida. A plataforma tira quase 50% do valor pago pelo cliente”, revela.
Fernando Correia roda neste sistema há sete meses após ser dispensado do trabalho em uma loja de veículos. Segundo ele, as taxas são baixíssimas por cada viagem, o que inviabiliza a manutenção do carro. “Esta é a minha única fonte de renda e o valor que recebo não dá nem pra pagar a gasolina”.
Já Elvis Silva, um dos organizadores do movimento em Alagoas, fala da defasagem da tabela financeira das empresas, deixando os trabalhadores no limite das contas. “Para quem paga aluguel do carro precisa ficar 14 horas na rua por dia. Não temos mais condições de permanecer nesta situação”, reage.
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