Piloto e comissários de bordo do voo 4248, da companhia aérea Azul, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Porto Alegre, na noite dessa sexta-feira (4), teriam relatado aos passageiros o avistamento de vários objetos voadores não identificados (óvnis) se movendo rapidamente e luzes trocando de cores no céu no sentido da Lagoa dos Patos.
— Demorou um pouco para o avião pousar e, normalmente, o piloto dá aquelas boas-vindas, mas desta vez não falou nada. No momento em que pousou, o piloto pediu desculpas porque haviam visto objetos não identificados. Ele falou que eram vários, no sentido da Lagoa dos Patos — relata o empresário Eduardo Corrêa da Silva, 48 anos, que estava no voo e não viu nada pela janela do avião.
O voo decolou às 21h30min do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e pousou no aeroporto Salgado Filho às 23h30min.
O empresário, que retornava de um congresso de oncologia no Rio de Janeiro, narra que ocorreu um fato estranho durante o voo. Segundo ele, todos os comissários de bordo foram chamados para a cabine do piloto e ficaram lá por algum tempo.
— Foi comentado pelo piloto que vários outros voos haviam visto a mesma coisa. Quando eu saí do avião perguntei para o comissário de bordo se ele tinha visto. Ele disse que sim e que eram vários objetos — acrescenta, contando que os tripulantes afastaram a possibilidade de serem drones em razão da altura elevada, e os óvnis, ainda de acordo com o relato, se moverem rapidamente.
A administradora Bruna da Silva Porto, 30 anos, também estava no voo e confirma a conversa do piloto com os passageiros.
— Depois que nós pousamos, antes de a tripulação liberar os passageiros para pegarem as malas, o piloto pediu desculpas por não ter falado conosco antes do pouso. Porque eles teriam reportado objetos voadores não identificados e estariam relatando para a torre de controle naquele momento — conta.
Bruna diz que o piloto comentou sobre outras aeronaves em voos diferentes que também teriam avistado os óvnis quando sobrevoaram a Lagoa dos Patos.
— Ele (piloto) mencionou que perceberam os objetos quando passamos pela Lagoa dos Patos. E ainda falou que se a gente ver alguma notícia poderá relatar que estava nesse voo — recorda, salientando que não foram dados detalhes sobre o tamanho ou as formas desses objetos.
A administradora compartilha que outras famílias presentes no voo afirmaram que acharam a situação inusitada. Os dois passageiros ouvidos pela reportagem disseram, ainda, que o voo foi tranquilo e sem turbulências.
O Observatório Espacial Heller & Jung, localizado em Taquara, no Vale do Paranhana, acompanha os fenômenos no céu. O professor Carlos Jung, coordenador do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat) e diretor da Região Sul da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), pondera sobre o que acredita ter acontecido.
— Estou achando que são luzes por meio de reflexão difusa em várias camadas de nuvens. A origem pode ser holofotes que iluminam nuvens em festas — explica o cientista, que não registrou nada de anormal por meio de seu equipamento astronômico.
Saiba mais
No último dia 24 de outubro, GZH noticiou que pilotos da mesma companhia aérea informaram ao controle de tráfego aéreo que, na noite de sábado (22), avistaram uma luz de origem desconhecida enquanto sobrevoavam Santa Catarina.
Conforme os pilotos, que disseram não haver outros voos nas proximidades da aeronave, a luz foi avistada por volta das 22h30min, quando o voo 4517, que partia de São Paulo com destino a Porto Alegre, estava sobrevoando Santa Catarina. Na ocasião, o controle de tráfego aéreo respondeu que os radares não detectaram a presença de outras aeronaves na região.
Os relatos de avistamentos têm sido cada vez mais frequentes, tanto que em Cidreira, no Litoral Norte, foi criado o Centro de Estudos Ufológicos (CEU).
— Geralmente, quando isso acontece (algum avistamento), nos procuram. Mas até agora não fomos informados de nada. Estamos vendo se alguém sabe de alguma coisa mais enfática — afirma o escritor e músico Daniel Cristian Souza, idealizador do CEU, acerca do relato dessa sexta-feira.
Um dos locais onde os estudiosos de ufologia alegam que haveria um portal estaria localizado entre o mar e a Lagoa da Fortaleza, próximo à praia das Cabras, no limite entre Cidreira e Tramandaí. Na região, que tem como característica a existência de muitas dunas de areia e pouca movimentação de pessoas, ocorreram vários relatos de avistamentos.
Em 2018, o canal History Channel gravou um episódio inteiro no RS sobre avistamentos para a série brasileira De Carona com os Óvnis, que descreve os fenômenos ufológicos no Brasil.
O que diz a Fraport Brasil
Questionada sobre a existência de algum relato ou algo atípico durante voos em direção a Porto Alegre nessa sexta-feira, a Fraport Brasil, responsável por administrar o aeroporto Salgado Filho, respondeu, por nota, o seguinte:
“A Fraport Brasil não recebeu nenhum reporte/registro neste sentido.”
O que diz a companhia aérea Azul
Também por meio de nota oficial, a Azul respondeu o que segue abaixo:
“A Azul informa que não tem ciência dos fatos e ressalta que seus tripulantes seguem os mais rigorosos protocolos de segurança e que, qualquer eventualidade, é comunicada imediatamente ao controle de tráfego aéreo e segue para investigação das autoridades competentes.”
A reportagem também questionou o V Comar, de Canoas, na Região Metropolitana, para saber se houve algum exercício militar no céu do RS na noite dessa sexta-feira. Até o presente momento, a Aeronáutica não respondeu.
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