Uma tempestade de areia atingiu Manaus na tarde deste domingo. Vídeos nas redes sociais mostram a forte tempestade de areia com significativa redução de visibilidade na área urbana da cidade. A tempestade de areia que ocorreu na capital manauara foi resultado da estiagem severa que há meses afeta o Norte do país como resultado da influência do fenômeno climático El Nino.
O estado do Amazonas teve o outubro com maior registro de queimadas desde o início das medições em 1998, segundo dados do Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais. Muitos focos ocorreram ao redor de Manaus, cobrindo a cidade de fumaça densa por vários dias.
Nos últimos seis meses, a chuva tem sido escassa na região. Só em Manaus, nos últimos cinco meses, o volume mensal não alcançou sequer 100 mm em nenhum mês, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia. Em maio, o total mensal foi de 132,4 mm, em junho acumulou 48,4 mm, em julho 69,8 mm, em agosto 18 mm, em setembro 42,8 mm e em outubro 90,2 mm. Antes, em novembro, a cidade ainda não havia registrado chuva.
Tempestades de areia são mais comuns em regiões de clima árido e isso torna a tempestade deste domingo na região ainda mais impressionante. Por outro lado, não chega a ser raro ocorrer no Brasil já que inverno de 2021 o país já havia sido atingido por este tipo de tempestade em vários estados do Centro-Oeste e do Sudeste, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
As imagens de satélite da tarde deste domingo registraram aglomerado de nuvens de grande desenvolvimento vertical que muito provavelmente deflagram a tempestade de areia em Manaus. As rajadas de vento geradas pela tempestade, formada pelo calor e pela umidade, provocaram o levantamento da poeira e da terra mais arenosa devido ao solo mais ressecado. Como resultado, uma gigantesca nuvem de poeira se formou na cidade.
Os dados do aeroporto Eduardo Gomes indicaram a ocorrência de fumaça desde a noite de ontem por várias horas seguidas na capital. O registro de fumaça tem sido recorrente, aliás. Nos registros das 15h09 e das 15h19 (horário de Brasília), o boletim meteorológico METAR do aeroporto reportou rajadas de vento ao redor de 70 km/h. A temperatura despencou em minutos, com registro de 34°C às 15h09 e 25°C às 15h19.
Para os próximos dias os modelos indicam que o tempo fica instável ainda com condições para chuva mais ampla entre a segunda e a terça-feira. Como é comum na região, o sol se alterna com momentos de chuva.
A expectativa é de novos temporais isolados na região que podem gerar acumulados expressivos de precipitação na região, contudo, anda insuficientes para reverter a seca que castiga a Amazônia. A partir de quarta a tendência é de a chuva escassear novamente.
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